CE no páreo por planta de uréia
Embora a Petrobras não confirme onde será a nova unidade, o governo cearense já lança a candidatura do Estado
Embora a estatal não confirme o local de instalação da fábrica, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, diz que com o advento da refinaria Premium II e com os incentivos fiscais que o Estado pretende conceder à Petrobras, o Ceará está bem cotado. Conforme ele, uma fábrica de fertilizantes seria ´um mecanismo importante para o Ceará´.
´A Petrobras por si mesma vai descobrindo e explorando. Mas, se quiser fazer uma planta de uréia aqui é vantajoso´, aposta o presidente da Adece. ´Vamos ter fabricação de uréia e ácido fosfórico. O primeiro, por conta da perspectiva de instalação de um pólo petroquímico no Pecém e o segundo devido à mina de Itataia´, continua Balhmann.
Segundo ele, embora as discussões sejam ainda em caráter primário, o governo cearense já ´está na luta para trazer investimentos que agregem valor ao produto feito aqui, até porque o Estado tem matéria-prima das mais importantes para o desenvolvimento da agricultura brasileira´, reforça.
No Plano de Negócios
Assim como a unidade Premium II, a nova planta de uréia integra o Plano de Negócios da Petrobras para o período 2009/ 2013, onde estão previstos investimentos da ordem de US$ 47,8 bilhões para a Área de Abastecimento.
Atualmente, a Petrobras produz uréia em duas fábricas de fertilizantes nitrogenados situadas no Pólo Petroquímico de Camaçari (BA), e no município de Laranjeiras (SE).
O composto orgânico é sintetizado a partir da amônia e do gás carbônico, sob elevadas temperatura e pressão.
Conforme anunciado na sexta-feira (13) pela estatal, o seu Plano de Negócios 2009/2013 para a Área Internacional prevê investimentos de US$ 15,9 bilhões.
A maior parte de recursos será destinada às atividades internacionais de Exploração e Produção (79%), seguida de Gás e Energia (8%), Refino, Transporte, Comercialização e Petroquímica (7%) e Distribuição (5%).
O país que receberá mais investimentos no período será os Estado Unidos (28%), onde a Petrobras possui uma refinaria em Pasadena (Texas) e concessões de exploração e produção no Golfo do México.
AVALIAÇÃO
Estatal acha ´indício de petróleo´ no Irã
Rio de Janeiro. A Petrobras encontrou indícios de petróleo no Irã e vai negociar com o governo local o modelo de exploração que será adotado, caso a produção tenha viabilidade comercial. Embora tenha destacado que os indícios são bastante preliminares, o diretor da área Internacional da empresa, Jorge Luiz Zelada, avaliou que a perspectiva inicial não é ´tão promissora´´. Ele informou que o tema deverá ser definido dentro de dois a três meses.
´Estamos avaliando os resultados do que encontramos até agora e vamos discutir com as autoridades se vamos continuar naquela região´´, afirmou Zelada em entrevista na qual detalhou os planos da área Internacional da estatal para os próximos cinco anos.
Questionado sobre o risco geopolítico de se apostar na exploração no Oriente Médio, Zelada esquivou-se e alegou que a Petrobras está avaliando a questão apenas tecnicamente.
A companhia encontrou os indícios de hidrocarbonetos depois de duas perfurações no bloco Tusan, no Golfo Pérsico. Segundo Zelada, existe produção em regiões próximas. A estatal havia sido contratada para fazer esse serviço em 2004.
Com a descoberta, Zelada explicou que a Petrobras vai avaliar se há petróleo suficiente que justifique uma participação na produção, que estaria condicionada à aprovação do governo local. O executivo ressaltou que continuar prestando serviços não é o foco da companhia. Os investimentos no Irã somaram US$ 100 milhões.
Não é a primeira vez que a Petrobras encontra petróleo no Oriente Médio. Nos anos 70, a Braspetro, então subsidiária internacional da companhia, participou da descoberta dos campos de Majnoon e Bahr Ums, no Iraque. As áreas tinham reservas de 10 bilhões de barris de petróleo e gás. A estatal brasileira, no entanto, não chegou a produzir naquela região, já que governo rompeu o contrato.