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CEEMA - Mercado do Milho

CEEMA - Mercado do Milho


As cotações do milho em Chicago ficaram bastante estáveis durante boa parte da semana, na expectativa dos relatórios de intenção de plantio e de estoques trimestrais nos EUA. Na véspera do anúncio dos relatórios (28/03), o fechamento naquela Bolsa havia sido de US$ 3,73/bushel. Com os números do relatório as cotações do milho igualmente subiram no dia 29/03, com o fechamento ficando em US$ 3,87/bushel, contra US$ 3,76 uma semana antes.

 

O relatório de intenção de plantio apontou um recuo de 2% na área a ser semeada com milho nos EUA. Com isso, tal área deverá atingir a 35,6 milhões de hectares, enquanto o mercado esperava uma área de 36,1 milhões de hectares. Um número altista, portanto, especialmente porque a área a ser semeada com milho ficará, pela primeira vez desde 1983, menor do que a área de soja.

 

Por sua vez, o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de março, indicou um volume de 225,9 milhões de toneladas em 2018, contra uma expectativa do mercado em 221 milhões. O volume anunciado significa 3% acima da situação existente em 1º de março de 2017.

 

Portanto, em síntese, pesou mais, no curto prazo, o relatório de intenção de plantio sobre as cotações em Chicago. E, como no caso da soja, o clima nos EUA passa a ser o elemento central das preocupações em Chicago, já que o milho começa a semeadura em meados de abril naquele país.

 

Afora isso, a semana assistiu ao anúncio de que as vendas líquidas de milho, por parte dos EUA, para o ano 2017/18, atingiram a 1,47 milhão de toneladas na semana encerrada em 15/03. Tal volume ficou 23% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, o volume final ficou dentro das expectativas do mercado.

 

Por sua vez, na Argentina a colheita do cereal chegou a 13% da área no início desta última semana de março, sendo que a mesma está, agora, estimada em 32 milhões de toneladas, ficando 9 milhões abaixo da expectativa inicial. Os argentinos semearam 5,4 milhões de hectares de milho neste ano comercial, contra 5,1 milhões na safra passada (cf. Safras & Mercado).

 

Ainda na Argentina, a tonelada FOB de milho ficou cotada a US$ 184,00, enquanto no Paraguai a mesma fechou o mês de março em US$ 180,00.

 

No Brasil, os preços se mantiveram firmes no sul do país, enquanto começaram a recuar em São Paulo. Assim, a média no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 33,26/saco. No ano passado, nesta época, o milho valia R$ 21,78/saco. Portanto, em um ano há um ganho nominal de 52,7%, ou seja, R$ 11,48/saco. Nos lotes, o valor médio ficou entre R$ 40,00 e R$ 41,00/saco, enquanto nas demais praças nacionais os lotes de milho giraram entre R$ 22,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 40,50/saco em Concórdia (SC).

 

Quanto à safrinha, Goiás trabalhou com valores entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco na oferta e compradores apontando R$ 24,00, fato que impediu a realização de negócios. No Mato Grosso a safrinha esteve negociada entre R$ 17,00 e R$ 19,00/saco, para julho e agosto, porém, os produtores buscam vender a partir de R$ 20,00/saco.

 

Dito isso, no mercado paulista já é notada maiores vendas por parte dos produtores e cooperativas, levando a um recuo dos preços do cereal. Na região da Sorocabana, na segunda metade da semana, houve negócios ao redor de R$ 36,00/saco, enquanto o referencial Campinas teria recuado para valores de R$ 40,00/saco CIF. Ajudou neste comportamento o fato de que a safrinha de milho se desenvolve bem no país, apesar de alguns problemas pontuais em Goiás e Minas Gerais (cf. Safras & Mercado).

 

Neste contexto, há expectativas de que o preço do milho, no Sudeste brasileiro, recue um pouco mais nas próximas semanas, salvo se houver problemas nas lavouras da safrinha. Assim, não se descarta a possibilidade de o CIF Campinas retornar para níveis de R$ 37,00/saco, embora ainda seja cedo para uma certeza neste sentido.

 

Paralelamente, na BM&F o contrato setembro tenta atingir o nível da paridade de exportação, porém, não há praticamente negócios nos portos nacionais com milho safrinha. Neste caso, o câmbio e o comportamento de Chicago deverão definir o quadro de valores para o referido mês.

 

A estimativa para a segunda safra brasileira de milho continua em 59,5 milhões de toneladas, enquanto para a safra de verão a mesma atinge a 24 milhões de toneladas. Com isso, a expectativa final é de uma safra total de 83,5 milhões de toneladasno Centro-Sul brasileiro. Somando-se o volume esperado para o Norte/Nordeste, de 5,9 milhões de toneladas, o Brasil colheria, no atual ano comercial 2018/19, um total de 89,4 milhões de toneladas de milho, contra 107,9 milhões um ano antes. Ou seja, teríamos uma produção 17,1% menor do que a do ano anterior (cf. Safras & Mercado). Esta realidade justifica as elevações dos preços internos no momento, porém, os altos estoques de passagem do ano passado seguram o movimento nos atuais níveis e, até, permitem que ele diminua na medida em que a safrinha não sofra problemas climáticos.

 

Dito de outra forma, se não houver frustrações na safrinha nacional deste ano, é possível que o mercado tenha visto os melhores preços do milho ocorrerem neste mês de março. Todavia, para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que são importadores líquidos, a quebra da safra local tende a trazer mais pressões sobre os preços. O Rio Grande do Sul, por exemplo, deverá colher apenas 4,6 milhões de toneladas de milho neste ano, contra 6,0 milhões no ano anterior. Já Santa Catarina colheria 2,4 milhões, contra 3,3 milhões de toneladas um ano antes (cf. Emater e Conab).

 

Enfim, quanto à colheita da safra de verão, a mesma atingia, até o dia 23/03, a 56% da área do Centro-Sul brasileiro, sendo 88% no MS; 84% no RS; 69% em SP; 68% em SC; 55% no PR e no MT; 42% em GO/DF; e apenas 20% em MG. Já o plantio da atual safrinha, na mesma data, chegava a 97% da área total esperada no Centro-Sul brasileiro (cf. Safras & Mercado).

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