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CFM amplia o fornecimento de cana


Grupo inglês investe US$ 2 milhões para aumentar produção de matéria-prima para usinas. O grupo inglês CFM, de São José do Rio Preto (SP), investirá US$ 2 milhões para ampliar sua produção de cana-de-açúcar nos próximos anos. Maior fornecedor individual de cana do Brasil, tendo entregue no ano passado 1,3 milhão de toneladas, a idéia é aumentar para 1,6 milhão de toneladas as entregas em 2003.

"Já temos plantados 17 mil hectares de cana em nossas fazendas e para este ano pretendemos cultivar 4,8 mil hectares a mais", afirma David. Makin, presidente da Agropecuária CFM no Brasil. Segundo ele, dentro da ampliação está embutida a área nova e renovação de cerca de 15% do canavial já existente.

Nova usina

Todo esse investimento é justificado em função do projeto de construção de uma nova usina em que a CFM está envolvida. As negociações para a criação da Usina Vertente começaram quando o empresário Maurílio Biagi Filho, presidente do conselho de administração da Companhia Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), foi procurado por um grupo de produtores de Bebedouro (SP), ligados à Coopercitrus, interessados em trocar a laranja pela cana-de-açúcar. Inicialmente a idéia era transferir para Bebedouro os equipamentos da unidade da Santa Elisa, parte da antiga Usina São Geraldo, que se fundiu com a Santa Elisa no final de 1997.

Fazenda Posses

Makin, no entanto, ofereceu uma área da Fazenda Posses, em Guaraci (SP), propriedade da CFM, onde um terço da área está cultivado com cana, outro um terço soja e milho e, o restante, está ocupado com pastagens para gado de corte. O custo de arrendamento de terra na cidade, menor do que nas regiões de Ribeirão Preto e Bebedouro, incentivou o projeto. Além de ceder em comodato uma área onde será erguida a usina, a CFM será a principal fornecedora de cana-de-açúcar da nova indústria por pelo menos 25 anos.

"No primeiro ano de atividade - que será em 2004 - a Vertente processará um milhão de toneladas de cana, das quais 70% serão da CFM. Não queremos nos envolver com a parte do processamento, apenas queremos ser o que sempre fomos, ou seja, produtores de cana-de-açúcar", afirma Makin.

A Vertente tem como acionistas as usinas Santa Elisa e Moema, e a Cleel Empreendimentos, com, respetivamente, 20%, 40% e 40% de participação. A Cleel pertence aos empresários Luiz Clemente Lunardi e Elpídio Marchesi Filho, cujas famílias, de Ribeirão Preto, controlam a Humus Agropecuária, companhia originada da extinta São Vicente, de Pitangueiras (SP).

Em contrapartida, a CFM terá um percentual da vinhaça produzida pela Vertente - produto utilizado como adubo que é produzido a partir dos restos do processamento da cana-de-açúcar - e economia no transporte da matéria-prima. "O fato de a usina ficar dentro da nossa propriedade deve gerar uma economia de 12% com transporte", diz Makin.

O aumento da área plantada da CFM, não será destinado integralmente à nova usina. A empresa possui contratos com outras 11 usinas com quem trabalham e, segundo Makin, não serão interrompidos. "Devemos reduzir o volume entregue para algumas, mas não deixaremos de trabalhar com nenhuma, ao contrário, estamos incluindo uma décima segunda na lista", afirma Makin.

Com investimentos previstos de R$ 25 milhões na parte industrial e de R$ 10 milhões na área agrícola, a Vertente está projetada para processar 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. A usina surge como expansão dos negócios sucroalcooleiros da família Biagi e dos sócios Junqueira, fora da região de Ribeirão Preto, principal pólo produtor de São Paulo, onde a disputa acirrada por cana aumenta os custos de arrendamento de terra e de corte, carregamento e transporte de matéria-prima.

Pecuária

Atuando no segmento de cana-de-açúcar desde que iniciou suas atividades no Brasil em 1908, a CFM participou de quatro projetos do Proálcool. Além de cana, o grupo inglês possui nove fazendas em São Paulo, duas no Mato Grosso do Sul e uma arrendada no Mato Grosso, o que totaliza uma área total de 120 mil hectares.

Dentro da estratégia da empresa está a polarização das atividades em cana-de-açúcar e pecuária, apesar de cultivar grãos para alimentação do rebanho e parte para a comercialização "São as duas atividades mais lucrativas para nós e por isso a polarização. Queremos nos concentrar nelas", diz. No ano passado obteve faturamento total de R$ 65 milhões e projeta para 2003 uma arrecadação de R$ 86 milhões, um crescimento de 32%.

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