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Chuvas escassas devem reduzir a colheita de cereais na Europa

Continente deve colher menos de 285 milhões de toneladas


A Europa está revendo suas previsões para a safra 2011/12 devido ao clima seco, que põe em risco o desempenho das lavouras. As expectativas iniciais eram de safra cheia. Porém, o continente, que produziu 290 milhões de toneladas de grãos duas safras atrás, corre o risco de colher menos de 285 milhões de toneladas, como ocorreu no ano passado, apontam os dados das organizações que representam produtores e cooperativas da França, Alemanha e Holanda.


A falta de chuva enfrentada na safra passada e na atual impede que a França – principal produtor agrícola da Europa – avance em produtividade. No caso do trigo, os produtores franceses alcançam 9 mil quilos por hectare – três vezes mais do que as melhores lavouras no Brasil. Mas, no gráfico da evolução do rendimento, a linha da produtividade parou de subir, apresentando oscilações com baixas nos períodos mais secos.

Apesar do risco de queda na produtividade, o continente ainda espera suprir a maior parte de sua demanda interna e informa que as importações devem apresentar estabilidade. As próximas semanas são consideradas decisivas. Há regiões com déficit de chuva de até 60% nos últimos dois meses. As plantações em início de ciclo, no entanto, seguem verdes. A meteorologia prevê que a estiagem persistirá até meados de junho.

Mesmo que a demanda interna seja atendida, o quadro pode sustentar altas nas cotações internacionais do trigo. A colheita já chegou a 150 milhões de toneladas em 2008/09 mas, no ciclo 2011/12, tende a ficar em 139 milhões. As exportações do bloco podem cair de 22 milhões para 18 milhões de toneladas de trigo, prevê o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA.


Soja

No mercado da soja (grão e farelo) – principal produto agrícola que o Brasil exporta para a União Europeia –, o clima europeu tem influência limitada. A produção da Europa cobre apenas 400 mil hectares e as importações – de 13 a 15 milhões de toneladas ao ano – é que sustentam a demanda no velho continente pelo grão. A previsão mais pessimista é que neste ano a importação seja de 13 milhões de toneladas. (JR)

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