Ciclone extratropical deve chegar com ventos de até 120 km/h no Sul
Fenômeno atinge regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Foto: Inmet
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta de perigo potencial para tempestades a partir desta segunda-feira (8), com validade até quarta-feira (11), em razão da formação de um ciclone extratropical no centro-sul do Brasil. O sistema meteorológico deve provocar chuvas intensas, ventos fortes e risco de granizo, afetando principalmente os estados da região Sul, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Segundo o aviso oficial do INMET, são previstas precipitações entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos de 40 a 60 km/h e possibilidade de granizo. “Apesar de o risco de danos severos ser considerado baixo, há potencial para interrupções em plantações, queda de galhos e alagamentos pontuais”, informa o órgão.
Impactos
De acordo com Gabriel Rodrigues, meteorologista do Portal Agrolink, o ciclone extratropical apresenta características de forte intensidade, com pressão atmosférica inferior a 1.000 hPa — condição que favorece tempestades severas e rajadas superiores a 100 km/h. “As instabilidades devem ser mais intensas entre os dias 9 e 10, com acumulados elevados e risco de alagamentos, especialmente em áreas urbanas e agrícolas”, destaca Rodrigues.
No Rio Grande do Sul, municípios como Cruz Alta, Cachoeira do Sul, Camaquã e regiões da Fronteira Oeste estão entre os mais vulneráveis. “Há possibilidade de acamamento do milho, atraso na colheita do trigo remanescente e restrições ao uso de máquinas agrícolas devido ao solo encharcado”, explica o meteorologista.
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Em Santa Catarina, a preocupação recai sobre o litoral e o Vale do Itajaí, especialmente em cidades como Brusque, Blumenau e Florianópolis, onde a combinação entre relevo e volume de chuva aumenta o risco de enxurradas e processos erosivos. Já no Paraná, os maiores impactos estão previstos para o norte e nordeste do estado, com acumulados que podem ultrapassar 140 mm em 24 horas em localidades como Londrina, Santo Antônio da Platina e Cornélio Procópio.
Embora o centro do ciclone não avance diretamente sobre os estados do Sudeste e Centro-Oeste, o sistema deve gerar instabilidades nessas regiões. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, são esperadas pancadas de chuva e ventos isolados, exigindo atenção redobrada em áreas urbanas e propensas a alagamentos.
No Mato Grosso do Sul, os efeitos tendem a ser pontuais. “A distribuição das chuvas será irregular, mas, de modo geral, benéfica para as lavouras de soja e milho em fase vegetativa, desde que não ocorram excessos ou granizo”, pondera Rodrigues.
Terça-feira será o dia mais crítico
A análise integrada dos modelos meteorológicos aponta que terça-feira (9) será o dia de maior risco climático. “Nesse dia, o leste do Paraná, o centro do Rio Grande do Sul e o litoral de Santa Catarina devem registrar os efeitos mais severos, com potencial para bloqueios em acessos rurais e necessidade de adaptação na rotina das atividades agrícolas”, afirma o meteorologista do Agrolink.
O INMET orienta a população a evitar áreas de risco em caso de rajadas de vento, não se abrigar sob árvores, não estacionar veículos próximos a torres e placas e evitar o uso de aparelhos eletrônicos conectados à rede elétrica. Para mais informações, recomenda-se contato com a Defesa Civil (telefone 199) ou o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
