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Cidade quer reconhecimento por uva de casca dura

A uva é um dos tantos itens no variado cardápio da agricultura paranaense


Foto: Marcel Oliveira

Vem da pequena Bituruna, de apenas 16 mil habitantes, no Sul paranaense, uma uva característica que movimenta a economia local. Implantados por descendentes de imigrantes italianos que trouxeram do Rio Grande do Sul a paixão pelos parreirais, os vinhedos do município são diferenciados.

Por isso Bituruna busca o selo de Indicação Geográfica (IG), que poderá ser replicada nas bebidas derivadas de uma uva específica, a de casca dura. O processo está em andamento no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). 

A uva casca dura recebe esse nome justamente por ter a casca mais resistente do que o normal. “A uva daqui é diferenciada, o que determina um vinho diferenciado também. Já ouvi de turistas de Pernambuco, que vieram conhecer a plantação, que eles nunca haviam experimentado frutas tão doces. É um sabor especial”, diz o produtor Renato Jair Sandi.

A certificação assegura que aquele produto é único tendo em vista a sua região de origem. Também agrega valor ao produto que, no caso da cidade, são as uvas de mesa e os vinhos. A cidade possui quatro vinícolas e 94 produtores de uva.

“É uma tradição que passa de geração para geração. Notamos que, gradativamente, a produção da uva de mesa vai ganhando mais espaço por causa do valor agregado. Enquanto o quilo das uvas que vão para a indústria do vinho saem em média por R$ 1,50, aquele especial para o consumo chega a R$ 5”, explica o técnico agrícola do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), Marcos Ludorf.

No Paraná, a produção de uva está disseminada na maior parte das regiões. Atualmente, o Estado tem 3.584 hectares destinados à cultura, que somam uma produção de 53,1 mil toneladas, segundo dados do Deral. É o quinto maior produtor do País.

O município de Marialva lidera o ranking estadual com uma área de 473 hectares (13% do total) e produção de 11,7 mil toneladas. Outros destaques são Rosário do Ivaí, Mallet, Cerro Azul e Bandeirantes, além da própria Bituruna. Se aprovada será a primeira Indicação Geográfica do estado do Paraná. A região produz vinho há oitenta anos, porém nos últimos oito é que os vinhos ganharam qualidade e destaque.

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