Cientistas buscam pêssego mais resistente
"O frio atrasa o processo de amadurecimento do pêssego"
Agrolink
- Leonardo Gottems
Um estudo sobre a expressão de 27 mil genes de diferentes variedades de pêssegos elaborado pela Escola de Biotecnologia da Universidade Mayor, no Chile, determinou os processos moleculares envolvidos na exposição da fruta a longos períodos de armazenamento refrigerado. Como objetivo, os pesquisadores pretendem desenvolver variedades da fruta que sejam mais resistentes.
Como resultado dessa exposição artificial a temperaturas entre 0 e 6 graus Celsius durante períodos de 21 dias, algumas variedades são alteradas para não desenvolverem o seu processo de maturação normal. Segundo Ricardo Nilo, principal autor do estudo, a pesquisa busca determinar os genótipos mais resistentes ao fenômeno e fornecer informações científicas para reduzir as perdas na indústria nacional.
"O pêssego é uma das frutas mais exportadas do Chile, mas como os mercados estão longe, eles têm que ir frios ficar em boas condições. E sendo armazenado no frio e depois exposto à temperatura ambiente, há um fenômeno de polimento, que os faz chegar em más condições. As perdas econômicas são altas”, comenta.
A pesquisa explorou a informação genômica disponível do pêssego, mas estabeleceu uma metodologia particular através da transcriptômica. Com isso, as quatro variedades foram avaliadas em diferentes estágios e condições, a fim de compreender como e quando ocorreu o fenômeno do dano ao armazenamento a frio.
"O frio atrasa o processo de amadurecimento do pêssego. No entanto, este resultado aparece no verão, assim organismos não estão acostumados a ser 20 ou 25 dias não expostos a temperaturas muito baixas, entre 0 e 6 graus Celsius. Como não são adaptados, uma vez que amadurecem ao chegar ao porto, o fenômeno do mealy-up pode ocorrer, o que não é muito agradável para o consumidor. Além das perdas econômicas, há um dano à imagem do país como produtor de frutas de primeira qualidade”, conclui.