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Cigarrinha no milho pode causar perda de 70%

Os insetos afetam a planta e reduzem significativamente a produtividade


Foto: Divulgação Embrapa

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é muito comum nas lavouras de milho brasileiras. São insetos que sugam a seiva de diversas partes das plantas e inserem os molicutes, bactérias que causam os enfezamentos no milho. Na cultura do milho, no Brasil, são 44 espécies registradas. Dessas 44 somente uma é capaz de causar o enfezamento. 

Pesquisas mostram que a cigarrinha só consegue se desenvolver no milho. Logo que as plantas do cereal emergem as cigarrinhas adultas chegam e as fêmeas colocam seus ovos dentro da folha. Desses ovos saem as ninfas que crescem e desenvolvem uma nova população. Essas cigarrinhas contaminam a planta causando o enfezamento.

O enfezamento é uma doença que pode ser vascular (eles ficam nos vasos condutores da planta) e sistêmica (os patógenos circulam e se multiplicam dentro da planta). Os sintomas dependem de cada cultivar mas de uma maneira geral há avermelhamento de folhas, proliferação de várias espigas na planta, pequenas, com poucos grãos e chochos, plantas menores e acamamento devido a pouca quantidade de raízes. “No campo é difícil diferenciar o enfezamento vermelho e o pálido porque os sintomas se confundem e muitas vezes uma mesma planta tem os dois. Os prejuízos são proporcionais ao numero de plantas doentes”.

A explicação é dada pelo pesquisador Charles Martins de Oliveira, entomologista da Embrapa Cerrados. Os prejuízos causados pelo inseto, em áreas com alta incidência de produção pode ser de perda em produtividade acima de 70%. Prejuízo grande levando em consideração que o milho é um dos principais grãos cultivados, com 101,9 milhões de toneladas segundo estimativa da Conab. 

Como controlar

Os enfezamentos são doenças de ciclo longo, então levam meses para se manifestar. É mais comum ver na fase reprodutiva da planta. O pesquisador alerta que em algumas gramíneas usadas na entressafra como fonte de renda ou conservação de solo como brachiária, sorgo, milheto e trigo a cigarrinha consegue sobreviver por alguns meses, mas não se multiplica. “Quando se faz uma nova semeadura elas retornam no milho”, destaca.

Para controlar, Oliveira indica que o melhor é o manejo integrado com controle genético. “Já existem materiais (sementes) que são menos sensíveis ao enfezamento mas nenhum é 100% resistente. Portanto se faz necessário aplicar inseticida se tiver populações muito altas. Os que tem mostrado maior eficiência são neonicotinoides em TSI”,conta.

O controle deve ser feito entre a emergência até antes do florescimento, na chamada fase V4. No controle biológico já existem também produtos a base de fungos para manejar a cigarrinha mas que são sensíveis a falta de umidade tendo mais eficácia em lavouras irrigadas, onde há maior concentração de umidade. 
 

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