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Clima e preço ajudam a obter safra recorde no Paraná

A produção será de 29,8 milhões de toneladas nas safras de verão e inverno


As condições climáticas favoráveis, os preços bons, as novas tecnologias e a transformação do milho em etanol impulsionaram um aumento na produção de grãos no Paraná. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a produção será de 29,8 milhões de toneladas nas safras de verão e inverno. A estimativa coloca o Paraná como o maior produtor de grãos do Brasil. A quantidade prevista para este ano foi muito próxima ao recorde alcançado na safra 2002/03, quando a produção chegou a 30,4 milhões de toneladas.

O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, explica que o momento é muito bom para a produção, especialmente de soja e milho. Os preços para os dois produtos tiveram aumento em relação ao ano passado. A saca de milho era negociada, em 2006, por R$ 11,87. Hoje, o preço é de R$ 16,81. No caso da soja, o valor da saca passou de R$ 26,50 para R$ 29 no mesmo período. O crescimento na produção e no preço dos grãos só favorecem os produtores, que vão ter uma renda maior neste ano.

A previsão da Seab é de 14 milhões de toneladas de milho, o segundo maior resultado da história. A produtividade também apresentou aumento, alcançando 7 mil toneladas/hectare. A secretaria estima que a produção de soja seja de 12 milhões de toneladas, sendo 3,2 mil por hectare.

A perspectiva de melhores preços está deixando os produtores animados. O projeto de transformar o milho em etanol nos Estados Unidos foi um dos fatores que influenciaram nos preços. “A produção de biodiesel a partir de oleaginosas está mexendo com o mercado. Além do milho, a soja também pode ser utilizada na produção de biocombustível. E o uso dessa alternativa energética será cada vez maior. Em pouco tempo vai entrar em vigor a medida que exige a adição de 2% de biodiesel nos combustíveis”, afirma Bianchini.

A única colheita que apresentou problemas foi a de feijão. Os preços baixos e a grande quantidade de chuvas nos últimos meses prejudicaram a produção. A Seab acreditava que seriam produzidas 650 mil toneladas na primeira safra (são três). No entanto, a produção chegou a 557 mil toneladas. No total, a quantidade será de 840 mil toneladas de feijão. Mesmo com este cenário, o Estado continua sendo o maior produtor do País.

Cana

A área plantada com cana-de-açúcar cresceu 21%. Nesta safra, a área total chegou a 524 mil hectares, contra 432 mil plantados no ano passado. A produção saltou de 34 milhões de toneladas para 44 milhões. Além das áreas novas, houve a renovação de alguns locais antigos para cultivo.

Glifosato:

Bianchini informou que, neste momento, será pequeno o impacto da proibição do uso do agrotóxico glifosato nas lavouras de soja transgênica. Isto porque a produção na safrinha de soja - plantação entre janeiro e março; colheita entre junho e julho - é muito pequena. O Tribunal de Justiça derrubou a liminar concedida a favor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que permitia o uso do glifosato. Com a liminar cassada, o produto está proibido no Estado.

“Nos preocupamos não só com a quantidade, mas também com a qualidade da produção. O uso do glifosato é regulamentado pelo governo federal, mas também precisa de autorização do governo estadual. O glifosato não está regulamentado no Paraná. Se não for regulamentado até a próxima safra, a Secretaria de Agricultura vai fiscalizar seu uso e comercialização”, garante Bianchini.

O pedido de regulamentação do glifosato pós-emergência (usado após o plantio) foi indeferido pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), pelo não-cumprimento de algumas exigências por parte da empresa que fabrica o produto. Por enquanto, o processo está parado. Para o glifosato ser regulamentado, precisa ser analisado pelas secretarias de Agricultura, Saúde e Meio Ambiente.

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