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CNA defende ação conjunta com Frente Parlamentar de Logística e Armazenagem

Senadora Kátia Abreu falou das principais demandas do setor agropecuário para solucionar gargalos logísticos e de infra-estrutura


Senadora Kátia Abreu falou das principais demandas do setor agropecuário para solucionar gargalos logísticos e de infra-estrutura
 
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu nesta terça-feira (31-5) uma ação conjunta com a Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem para defender e discutir propostas para solucionar os gargalos de logística e infra-estrutura que afetam o setor produtivo. “Podemos trabalhar em conjunto com a Comissão Mista de Orçamento, além de envolver a CNA e outras confederações no debate”, disse a senadora, durante encontro realizado na sede da entidade, em Brasília, que serviu para apresentar as principais bandeiras defendidas pelo segmento agropecuário. “Vamos levantar os principais projetos que estão no Congresso Nacional e debater os interesses da produção”, enfatizou o presidente da Frente, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

Um dos temas abordados na reunião foi a capacidade operacional dos portos. A senadora Kátia Abreu alertou os parlamentares presentes ao encontro para o apagão portuário que poderá acontecer nos próximos anos, caso não sejam feitos investimentos na ampliação da capacidade portuária e na construção de novos portos. Para viabilizar esta demanda, ela defendeu a revogação do Decreto 6620, publicado em 2008 sob pretexto de se regulamentar a concessão de portos, o arrendamento e a autorização de instalações portuárias no País. Para a presidente da CNA, esta norma é uma barreira para ampliar a participação da iniciativa privada no setor portuário. “Se a movimentação de carga nos terminais continuar crescendo a um ritmo de 12% ao ano nos próximos oito anos, sem novos terminais, as conseqüências serão muito sérias”, avisou.

Outro ponto defendido no encontro para melhorar a capacidade operacional dos portos foi a expansão dos investimentos no Corredor do Arco Norte, onde estão terminais como os de Itaqui (MA), Vila do Conde (PA), Outeiro (PA), Santarém (PA), Porto Velho e Itacoatiara (AM). Estes portos hoje contam com baixa capacidade operacional. “Estes portos estão apenas esperando uma licitação para que a iniciativa privada possa investir”, frisou a senadora. Com mais investimentos, juntamente com a melhoria dos outros modais de transporte, estes terminais poderiam atender a demanda pelo escoamento da produção de grãos proveniente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ampliando em 10 milhões de toneladas de milho e soja o volume embarcado ao exterior nestes portos nos próximos quatro anos.

O vice-presidente diretor da CNA, José Ramos Torres de Melo, também falou sobre o tema e disse que, apesar destas três regiões responderem por 52% do volume total de soja e milho no Brasil, estas três regiões escoam apenas 16% do que é produzido para exportação por estes terminais, transportando os 84% restantes para os portos do Sul e do Sudeste. O resultado do afogamento de mercadoria enfrentado em portos do Sul e do Sudeste são as longas filas de caminhões que aguardam para descarregar a mercadoria e as altas multas por dia de atraso na entrega.

Além do aprimoramento da capacidade portuária, outra necessidade abordada no encontro foi a construção de mais hidrovias para baratear o frete da produção. Segundo a presidente da CNA, transportar uma tonelada por mil quilômetros em uma hidrovia custa US$ 18. O transporte pela ferrovia é de US$ 28, enquanto que pelas rodovias o valor chega a US$ 42. Uma alternativa para escoar a produção pelas hidrovias seria a construção de eclusas nas hidrelétricas de Madeira, Lajeado-Tocantins e Teles-Pires Tapajós para permitir maior navegabilidade. Para reforçar a argumentação da CNA na defesa por mais hidrovias, o consultor de logística e infra-estrutura da entidade, Luiz Antônio Fayet, apresentou dados que mostram que o custo para levar a produção da fazenda até os portos pelas estradas é quatro vezes maior do que nos Estados Unidos. Uma das saídas para facilitar o escoamento pelas hidrovias.

Além do presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), estiveram no encontro os deputados Guilherme Campos (DEM-SP), Antônio Imbassahy (PSDB-BS), Marcos Montes (DEM-MG), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Eduardo Sciarra (DEM-PR) e Danilo Forte (PMDB-CE).

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