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CNA prevê aumento de 1,8% no PIB rural


A agricultura será a maior responsável pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e superávit comercial do agronegócio em 2003, prevê a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Levantamento da instituição projeta um PIB de R$ 428 bilhões para o setor este ano - com destaque para a agricultura, cujo crescimento será de 1,84% - e um saldo na balança de US$ 24 bilhões, sendo metade do incremento oriundo da soja.

Entre janeiro e março deste ano, o agronegócio brasileiro exportou US$ 5,74 bilhões (variação de 29%) e importou US$ 1,16 bilhão (crescimento de 1,9%). Com o câmbio favorável às exportações, os técnicos da CNA acreditam que ao final de 2003 o País tenha comercializado com o exterior US$ 24,8 bilhões e importado US$ 4 bilhões.

Saldo positivo

A soja foi o principal responsável pelo aumento das exportações no primeiro trimestre e deve também se destacar no saldo da balança comercial do agronegócio. Segundo Antônio Donizeti Beraldo, chefe do departamento de comércio exterior da CNA, a commodity vai responder por metade do incremento do superávit, atingindo a marca recorde de US$ 8 bilhões em relação aos US$ 6 bilhões exportados em 2002.

As vendas de US$ 1,03 bilhão de janeiro a março - incremento de 94% sobre o mesmo período de 2002 - foram decorrentes do aumento da produção, da recuperação dos preços internacionais e da variação do câmbio. Apesar da desvalorização do dólar frente ao real nos últimos dias, Beraldo acredita que, para o agronegócio, a taxa de dólar ideal seria de R$ 2,8.

"Este valor permitiria rentabilidade ao setor." Na opinião do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, porém, o câmbio ideal seria em torno de R$ 3. "Abaixo disso é preocupante porque o custo de produção foi formado com outro câmbio."

O levantamento da CNA mostra ainda que as exportações do complexo carnes tiveram um bom desempenho no primeiro trimestre, com receita de US$ 869,8 milhões, ou seja, um acréscimo de 22,3% em relação ao mesmo período de 2002. Para o ano inteiro, Beraldo projeta uma venda externa de US$ 3,8 bilhões, o que indica crescimento de 21,7% em comparação à receita de US$ 3,12 bilhões no ano passado.

Segundo os técnicos da CNA, outro destaque na balança do agronegócio foi o café, com alta de 46,3% nas exportações, atingindo US$ 377,9 milhões. O levantamento indica ainda que o ligeiro crescimento das importações deveu-se à variação nos preços do trigo, que é o principal item da pauta de compras agrícolas. O aumento do valor pago pelo cereal foi de 25,6%.

Renda maior

Com o bom desempenho nas vendas externas, a CNA está projetando para o agronegócio brasileiro um PIB de R$ 428,08 bilhões, com base no aumento de 0,89% registrado em janeiro. Mais uma vez, o destaque foi a agricultura. A renda do setor, dentro da porteira, cresceu 1,84%, atingindo R$ 74,06 bilhões e a da pecuária, variou apenas 0,23% chegando a R$ 53,20 bilhões.

O chefe do departamento econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, destaca que apesar do modesto desempenho da pecuária, em relação à agricultura, esse resultado equivale, praticamente, duas vezes mais ao crescimento do segmento registrado em janeiro de 2002.

A primeira análise do ano sobre comportamento do Valor Bruto da Produção (VBP) dos 25 principais produtos agropecuários também traz perspectivas otimistas. O VBP, que representa o faturamento dos principais setores do agronegócio, deverá crescer 9,1% este ano, fechando 2003 em R$ 149,1 bilhões. O maior crescimento será registrado também na agricultura, com 11% (R$ 94,4 bilhões), frente aumento de 6,1% na pecuária (R$ 54,7 bilhões). A safra recorde, o aumento da produtividade e os bons preços dos produtos contribuíram para este desempenho.

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