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CNH reestrutura sistema de produção de trator


A fabricante de máquinas agrícolas Case New Holland (CNH) está adotando o sistema de produção enxuta - com estoques reduzidos e gerenciamento mais ágil do fluxo de materiais - na fábrica de tratores e colheitadeiras de Curitiba. Terceira maior unidade industrial do grupo, a fábrica é a primeira a adotar o modelo de manufatura de forma completa, envolvendo desde o gerenciamento dos componentes na linha de produção até a programação de entrega dos fornecedores. A expectativa é obter um ganho de eficiência de 30%.

Sete plataformas

A fábrica brasileira é a que tem maior número de plataformas - um total de sete - e que monta a maior diversidade de modelos dentro do grupo, com 29 tipos de colheitadeiras e tratores. Nos últimos três anos, foram investidos US$ 120 milhões na introdução de novas linhas de montagem.

"Com esses investimentos, a unidade alcançou um alto grau de versatilidade e flexibilidade que demanda um modelo de manufatura que possibilita o planejamento de produção e materiais", diz Marco Mazzú, que veio da vice-presidência mundial de manufatura da Fiat Automóveis para assumir a superintendência da CNH agrícola para a América Latina.

O sistema de produção enxuta, popularizado pela indústria automotiva, ainda é novidade no setor de máquinas agrícolas e o modelo adotado pela CNH em Curitiba deve servir de piloto para adaptações em outras unidades do grupo.

Batizado de Sistema de Otimização da Manufatura (Soma), o programa começou a ser implantado há seis meses na linha de tratores, com a divisão da linha por postos de trabalho e a introdução do conceito do 5s, que prioriza ações como o descarte de itens desnecessários e padronização de operação. Os estoques de grandes componentes já foram reduzidos de dez para dois dias e os de pequeno porte de quatro meses para uma semana. Com isso, o espaço ocupado na linha de produção caiu à metade, informa a empresa.

Segundo Vanderlei Dias da Silva, gerente da fábrica de Curitiba, o próximo passo é elaborar um fluxo de abastecimento dos fornecedores. "A negociação é para que os componentes venham em lotes do tamanho adequado à produção", diz. Atualmente, 60% de um total de 400 fornecedores estão em São Paulo. O programa prevê um gerenciamento de 20 mil itens e envolve 700 pessoas diretamente.

Dentro da fábrica

A exemplo do que já ocorre na indústria automotiva, a CNH também tem planos de trazer fornecedores de componentes importantes para dentro da fábrica. A primeira a instalar um módulo dentro da planta de Curitiba foi a Goodyear. Para abastecer a linha de montagem de tratores, montadora negocia ainda a instalação de fabricantes de cabines e de parafusos.

Líder em colheitadeiras

A CNH fabrica 50 tratores e 20 colheitadeiras por dia na unidade de Curitiba. Desse volume, 20% são exportados para América Latina, Europa, Oriente Médio e África. A intenção é elevar esse percentual para 35% em 2003.

A América Latina é responsável por 9% dos negócios globais do grupo, que registrou receita de US$ 9,5 bilhões no ano passado. A CNH possui três fábricas no continente, onde opera nos setores de máquinas agrícolas e de construção e emprega 2 mil pessoas.

No Brasil, a Case New Holland é líder de vendas em colheitadeiras, com 54,5% de participação, e detém a terceira colocação em tratores. Com 16,59%, a empresa está atrás da Agco, dona da marca Massey Ferguson, e da Valtra do Brasil.

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