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Cocamar é uma das primeiras cooperativas a profissionalizar a gestão

Novo modelo administrativo utiliza, como referência, o moderno sistema adotado pelo cooperativismo de crédito, estruturado sob o crivo do Banco Central


Uma mudança no sistema de gestão da Cocamar Cooperativa Agroindustrial deve ser oficializada nesta quinta-feira (dia 6) durante Assembleia Geral Ordinária de prestação de contas do exercício 2013. É a profissionalização da estrutura, um dos temas do evento que está previsto para começar às 10 horas no salão social da Associação Cocamar em Maringá, com a presença de 450 produtores associados votantes.

 
  O assunto não é novidade entre os cooperados, pois foi amplamente debatido em reuniões regionais com mais de 5 mil participantes no ano passado, aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no mês de outubro, quando foi feita a reforma do Estatuto Social e, nos últimos dias, vem sendo abordado novamente em uma rodada de reuniões pré-assembleia com mais de 5 mil produtores.
 
  Estudos para promover essa mudança começaram há anos com o apoio de consultores especializados e tiveram como referência um modelo implantado pelo sistema de cooperativas de crédito, sob o crivo do Banco Central. Receberam, também, contribuições da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar).
 
  Com o novo formato, a administração da Cocamar vai ganhar um perfil semelhante ao de corporações altamente profissionalizadas, instituindo uma diretoria executiva que ficará subordinada a um conselho de administração. No caso da cooperativa, o atual presidente Luiz Lourenço, que exerce um cargo executivo, passa a presidir o conselho de administração a ser formado por 15 membros e com mandato de quatro anos. A diretoria executiva, sem mandato, formada por profissionais contratados, vai ser presidida pelo atual vice-presidente José Fernandes Jardim Júnior, que terá ao seu lado dois vice-presidentes: Divanir Higino da Silva, atual diretor-secretário, e José Cícero Aderaldo, que responde pela superintendência de Negócios.

 
  Fundada há 51 anos, a Cocamar é uma das primeiras cooperativas brasileiras a promover a profissionalização de sua estrutura administrativa e o objetivo dessa medida, segundo explica Luiz Lourenço, é modernizar e aprimorar o processo de gestão, que acabou ficando complexo diante das diversas atividades desenvolvidas pela organização. Entre as maiores em seu setor no País, a Cocamar conta com 12 mil associados, uma rede de 55 unidades operacionais no noroeste e norte do Paraná e oeste paulista, e possui um dos mais diversificados parques industriais do cooperativismo brasileiro, que concentra 11 plantas. No ano passado, registrou um faturamento de R$ 2,650 bilhões, montante 12% superior em relação aos R$ 2,360 bilhões alcançados em 2012.
 
  O aperfeiçoamento da administração tem a finalidade também de preservar a cooperativa, ressalta Lourenço.  “Estamos pensando a Cocamar do futuro e não queremos que pessoas sem o devido preparo a coloquem em risco”, afirma.
 
  A iniciativa da Cocamar é considerada um avanço pelo presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, Sua expectativa é que, ao sair na frente, a cooperativa de Maringá estimule outras organizações do setor a fazerem o mesmo. Segundo ele, “a profissionalização da gestão é uma medida das mais importantes para a perpetuidade de uma cooperativa.”
 
CRESCIMENTO
 
  O faturamento de R$ 2,650 bilhões alcançado em 2013 mantém a expectativa da Cocamar de chegar em 2015 a R$ 3 bilhões, atendendo o que estabelece seu planejamento estratégico. Contribuíram para isso o maior volume de recebimento de produtos. Apesar do ano ter sido marcado por uma série de problemas climáticos, as quantidades foram significativas:  970 mil toneladas de soja, 730 mil de milho, 220 mil sacas de café beneficiado,  8,5 milhões de caixas de laranja e 30 mil toneladas de trigo (cultura muito prejudicada pelas geadas).  

 
  Entre os setores que mais se expandiram está a comercialização de insumos agropecuários, que saltou 37%, de R$ 480 milhões em 2012 para R$ 630 milhões no ano passado. Ao mesmo tempo, as vendas de produtos industrializados, da linha ao varejo, subiram de R$ 600 milhões para R$ 615 milhões. De acordo com a cooperativa, pelo menos R$ 20 milhões em resultados nessa área deixaram de ser obtidos devido a uma distorção no cálculo do PIS/Cofins, ocorrida em março de 2013 e só corrigida pelo Congresso Nacional em outubro.
 
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