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Coco: evolução do preço estimula produtor mineiro

Além disso, insumos orgânicos reduzem o custo de produção


Além disso, insumos orgânicos reduzem o custo de produção

A evolução de preço do coco-da-baía, em Minas Gerais, deve possibilitar safras crescentes do produto. Esta é a avaliação da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), com base em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2010 está prevista a produção, no Estado, de 40,3 milhões de frutos, volume 1,10% maior que o registrado na safra anterior, e o preço bruto da unidade é R$ 0,52.

Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, o recorde de produção de coco em Minas foi obtido em 2006, com a colheita de 47,8 milhões de frutos. Ele diz que, depois de um período de declínio, a produção voltou a crescer.

O Norte de Minas lidera a produção anual de coco, no Estado, com 13,8 milhões de frutos ou 34,15% do total. Em seguida vem o Rio Doce, com 29,14%, e a Zona da Mata com 14,37% da produção mineira. Há produção de coco também nas regiões do Jequitinhonha/Mucuri (13,77%) e Triângulo Mineiro (6,55%).

Várzea da Palma, na região Norte, tem o maior volume de produção de coco no Estado. Uma única propriedade, a Fazenda Coqueiro Verde, deve responder em 2010 por toda a safra do município, da ordem de 4,0 milhões de frutos. Segundo o administrador da fazenda, Arlim Maria Ribeiro Neto, os 180 hectares plantados e em produção na Coqueiro Verde correspondem à maior área de cultivo de coco em Minas Gerais.

O custo de produção do coco na propriedade está caindo e atualmente varia de R$ 0,14 a R$ 0,15 por fruto. A receita bruta por coco é atualmente 30,0% maior que a registrada na safra anterior. Segundo Neto, a redução do custo é consequência, principalmente, da substituição parcial dos agroquímicos por insumos orgânicos. “Pretendemos alcançar um nível de utilização de práticas orgânicas de cultivo que garantam a certificação do fruto, talvez uma conquista pioneira no Brasil”, explica.

Neto confirma que, atualmente, os produtores são beneficiados também pela lei da oferta e procura, porque houve uma redução da entrada, em Minas, de coco do Nordeste do país. “Atualmente, o frete aumenta muito o custo do fruto que vem de outros Estados, tornando-o mais caro que o produto cultivado nas propriedades mineiras”, destaca.

Calor e lucro

O maior volume do coco produzido em Minas é destinado ao consumo “in-natura” e o produto alcança receita mais alta no verão. Quando a temperatura cai, a retração desse mercado é compensada pelo aumento das vendas do fruto para as indústrias de processamento. Segundo Neto, o coco mineiro é enviado principalmente para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia, além de Belo Horizonte.

De acordo com o administrador, o volume de vendas está crescendo. Neste ano o aumento de consumo do fruto começou a ser observado antes mesmo da entrada do verão. “Tudo indica que a procura por água de coco vai continuar, e até o fim do ano o produto será ainda mais valorizado”, ressalta.

Belo Horizonte é a principal referência de consumo de água de coco em Minas. Neto informa que até 1998 a demanda diária, no Estado, era da ordem de 30 a 40 mil frutos e atualmente alcança 200 mil unidades, sendo o maior volume colocado na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“As perspectivas da indústria de transformação do fruto também são boas, mas a criação de estruturas para o envazamento da água tem custo muito alto”, observa. O administrador acrescenta que o volume de produção de Várzea da Palma atende bem ao mercado “in-natura”, mas é insuficiente para suprir também a indústria. “Neste caso, os produtores preferem atender à demanda tradicional de água de coco e, para não prejudicar esse segmento, rejeitam propostas de venda exclusiva para as indústrias”, destaca o administrador.

Exportar coco é uma das grandes metas dos produtores diante do interesse dos compradores internacionais em adquirir o produto mineiro, informa Neto. Ele diz que um grande obstáculo à realização desse sonho é que os clientes do exterior têm interesse apenas pela água do fruto. “Por isso, a exportação exclusivamente da parte do coco com . água é uma alternativa em estudo”, finaliza.

As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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