CI

Coco: produção cai e venda cresce

A procura não é compatível com a disponibilidade de mercado, por isso MT importa coco


A procura não é compatível com a disponibilidade de mercado, por isso MT importa coco

O coco já foi a terceira fruta mais cultivada no Brasil e é muito requisitado em dias de calor. Há quem diga que esta agora é a bebida da moda. Gelado, ele é perfeito para saciar a sede, hidratar o corpo, ou em complementos para várias guloseimas regionais. No entanto, ao mesmo tempo em que o consumo e a procura por este fruto aumentam, devido ao calor e à seca prolongada, a produção diminuiu consideravelmente.


Os produtores que haviam investido nas plantações de coco nos últimos anos, atraídos pelo potencial do mercado, acabaram desistindo. Desde 2009, o setor passa por problemas para manter-se neste cultivo. “Infelizmente esta é uma cultura que exige tempo e dinheiro. Exige um acompanhamento e manejo adequados já que é muito atrativo para pragas e doenças. E o tempo de retorno é de, no mínimo, três anos”, desabafa o produtor, Josemar Fagantes.

Já Daniel Vilela, diretor administrativo da Cocolandia, em Cuiabá, diz que a empresa vivencia um momento de otimismo. “É um mercado muito promissor, mudamos para Cuiabá em novembro do ano passado e desde então estamos crescendo consideravelmente”, comenta.

A empresa trabalha com o fruto desde 1995, com um plantio de 80 hectares e cerca de 19 mil pés, na cidade de Rondonópolis ao sul da capital. Segundo o diretor, realmente o setor passa por problemas, pois há uma grande procura e falta produto no mercado. “Comercializávamos apenas em Rondonópolis agora estamos em Alta Floresta e Cocalinho e almejamos outros mercados. Para conseguirmos suprir a demanda temos que importar do Nordeste, isso seria evitado se houvesse investimento e incentivo por parte dos governos para esta cultura”.


De acordo com a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), a área plantada que era de cinco mil hectares, hoje não passa de dois mil. Duílio Maiolino, diretor da Sociedade Mato-grossense de Fruticultura, concorda com os dados acima. Segundo ele, falta investimento para que os produtores voltem a ter interesses por esta cultura. “Os produtores perderam em parte o interesse, quando fizeram um financiamento e receberam mudas misturadas quando deveriam ser mudas de Coco Anão. Três anos depois se depararam com vários tipos de coqueiros (anão, hibrido e quando na verdade deveria ser apenas a qualidade anão).

Mesmo com todos estes impasses o consumo aumenta a cada dia, sendo assim as empresas governamentais e parceiras rurais buscam recursos para iniciar as pesquisas e auxiliar o produtor. É o que afirma o engenheiro agrônomo, Luciano Gomes Ferreira.

“O coco exige investimentos, mas, em, no máximo, seis anos se alcança a estabilidade de produção. Sendo assim, é possível manter os gastos e aumentar os lucros”.

Ele diz ainda que é importante o produtor não ficar esperando o coco entrar em produção para, só então começar a ganhar dinheiro. Ele pode fazer um consórcio de culturas. “O coco aceita bem culturas rasteiras como abacaxi, maracujá, milho entre outras,. Dessa forma, é possível aguardar com êxito o período de colheita do coco. Ressaltando ainda que uma propriedade com um pomar de coco pode até dobrar de valor”, finaliza. 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.