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Com privatização da Celg, produtores esperam melhorias na distribuição de energia em Goiás

Para o presidente da Aprosoja-GO, a venda da companhia energética era necessária


Para o presidente da Aprosoja-GO, a venda da companhia energética era necessária

A Celg Distribuição, empresa de distribuição de energia elétrica de Goiás, foi arrematada pela empresa italiana Enel com lance de R$ 2,187 bilhões, valor 28,03% maior que o preço mínimo, fixado em R$ 1,7 bilhão. Com proposta única, esse primeiro leilão de privatização do governo Temer foi realizado nesta quarta-feira (30), na BM&F Bovespa, em São Paulo.

Segundo o governo de Goiás, que detinha 49% das ações da Celg D – outros 50,93% eram controlados pela estatal federal Eletrobrás e 0,07% por acionistas minoritários –, a privatização representa investimentos de R$ 2 bilhões na ampliação da distribuição de energia no Estado. O governador Marconi Perillo declarou que a privatização da Celg D é estratégica para o crescimento da economia goiana nos próximos anos.

Marconi também afirmou que o volume de R$ 1,050 bilhão recebido pela venda da participação estadual na companhia “garantirá novos investimentos em obras públicas essenciais para o desenvolvimento econômico e humano”.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz Pereira, a venda da companhia energética era necessária, pois a gestão estatal foi deficitária. “Nossa expectativa é que a empresa que comprou a Celg D cumpra com as determinações exigidas pelo setor privado, que são boa distribuição, aumento de carga, enfim, esperamos a estrutura energética que Goiás sempre sonhou para o desenvolvimento de todas as cadeias produtivas, como a irrigação”, disse Bartolomeu.

Controladora

Operar em Goiás não será novidade para a Enel. A empresa italiana é dona da usina hidrelétrica de Cachoeira Dourada, a maior do Estado e privatizada em setembro de 1997. Agora, ao ampliar sua atuação em Goiás, a nova controladora da Celg Distribuição passa a atender mais 237 municípios (98,7% do território goiano), com 2,61 milhões de unidades consumidoras.

A Enel terá pela frente o endividamento da empresa, que chegou a R$ 2,64 bilhões em 2015 e a necessidade de investimentos bilionários no curto prazo. Em seu planejamento estratégico, a companhia italiana, que também controla as distribuidoras Ampla (RJ) e Coelce (CE) prevê investir no Brasil R$ 11,3 bilhões no período de 2017 a 2019.

Leilão

A Celg D foi federalizada em janeiro de 2015 e o processo de venda do seu controle acionário começou em maio do mesmo ano, com a inserção da companhia no Programa Nacional de Desestatização (PND), ainda na gestão da presidente Dilma Rousseff. Mas o primeiro edital de privatização só foi publicado em junho de 2016, sob a presidência de Michel Temer.

Marcado para o dia 19 de agosto, o leilão não aconteceu por falta de interessados. A saída foi reduzir o lance mínimo de R$ 2,8 bilhões para R$ 1,79 bilhão. O novo preço levou em conta o valor de mercado da companhia de R$ 4,448 bilhões, menos a dívida de R$ 2,656 bilhões.

O leilão foi acompanhado pela secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão Costa; pelo presidente da Celg Participações (CelgPar), Fernando Navarrete; e por diretores da Eletrobrás, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A venda da Celg Distribuição abre caminho para novas privatizações. No próximo ano, o governo federal pretende leiloar seis distribuidoras de energia estaduais que hoje estão sob controle da Eletrobrás.

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