Comércio com países muçulmanos ganha força

O chanceler Mauro Vieira anunciou nesta segunda-feira (27), em São Paulo, que o Brasil abriu 437 novos mercados desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023. O balanço foi apresentado em vídeo no Global Halal Brazil Business Forum 2025, evento dedicado aos negócios com países muçulmanos. Segundo Vieira, o resultado é fruto da atuação diplomática em fóruns multilaterais, como o BRICS, e de negociações bilaterais, com destaque para os países do Golfo.

“Com a capacidade de adaptação e de antecipação das demandas econômicas, o Brasil soube encontrar nas exigências halal uma oportunidade. Nossos produtores souberam dar a devida atenção aos costumes e às especificidades éticas e religiosas do mundo muçulmano para construir o que mais importante há, seja no mundo dos negócios, seja na diplomacia: a confiança”, disse.

Em 2024, as exportações brasileiras para a Liga Árabe alcançaram US$ 23,68 bilhões, alta de 22,44% e segundo recorde consecutivo. Desse total, 75% foram alimentos — principalmente carnes bovina e de frango com certificação halal. O chanceler ressaltou que o Brasil é hoje o principal fornecedor de alimentos para os 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), com vendas de US$ 28,09 bilhões em produtos como açúcar, café, grãos e erva-mate.

Vieira destacou que há espaço para o país avançar em outros segmentos halal, como cosméticos, medicamentos e vestuário. Citando o The State of Global Islamic Economy Report 2024/2025, ele apontou que o mercado global de cosméticos halal deve crescer de US$ 87 bilhões em 2023 para US$ 118 bilhões até 2028, reforçando o potencial do Brasil nesse setor. O fórum é promovido pela Câmara Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal.