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Como acontece a produção de mudas clonadas de videira

Clones permitem antecipar a colheita e melhorar produção


Foto: Divulgação

A expansão da produção de uvas no Nordeste passa por mudas de qualidade. Mas não é qualquer tipo de muda. Tratam-se de clones. No maior viveiro vitícola do Brasil, localizado em Caldas (MG), são mais de 50 variedades e 10 porta-enxertos diferentes de uva para vinho fino, vinho comum, mesa e suco de uva. O local tem autorização para multiplicação de clones das variedades francesas e de várias empresas dos Estados Unidos, Espanha e para a multiplicação de uvas de mesa sem semente para o mercado de exportação do Vale do Rio São Francisco.

A ideia veio do engenheiro agrônomo e pesquisador da Epamig, Murillo Albuquerque Regina, que desde 2003 se dedica ao trabalho. O primeiro contato com a viticultura foi há 34 anos. Desde então foram muitos estudos, doutorado e pós-doutorado na França, onde estão os melhores vinhos do mundo. O objetivo era produzir mudas clonadas de videira obtidas a partir de material vegetal próprio e com garantia de pureza genética e sanitária e dar ao Brasil independência na produção de mudas de videira, sem ter de realizar importação. “Nossa ideia veio do conhecimento da carência no Brasil de muda de qualidade produzidas pela técnica da enxertia de mesa, neste sentido somos o único viveiro do país licenciado pelo ENTAV - INRA da França para multiplicar os clones franceses de elite no Brasil”, conta.

O processo inclui o cuidado com as matrizes de produtoras, em seguida a poda de matrizeiros, preparo das estacas, picagem das produtoras, processo de enxertia e a parafinagem. Depois os clones seguem para câmara quente e, quando surgem os brotos, é feita uma reparafinagem e hormonagem para seguirem ao viveiro. Após o enraizamento, as mudas passam por triagem e passam por embalagem para comercialização. “Nossas mudas já estão presentes em todos os vinhedos brasileiros e contribuem para o aumento da produtividade e qualidade do vinho”, destaca Murillo Regina.

Com multiplicação de clones de alto potencial qualitativo e isentos de doenças viróticas são buscadas características como produtividade, qualidade da uva e longevidade do vinhedo. Além de antecipar o início da produção dos vinhedos no Nordeste, os clones também estão presentes no Rio Grande do Sul, tradicional região produtora e em outros estados onde a atividade começa a se desenvolver, como São Paulo e Cerrado. São mudas para uva de mesa como Niágara Rosa; para  suco e vinho comum como Isabel e variedades da Embrapa e Epamig; para vinhos finos como Chardonay, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Tannat e Touriga.
 

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