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Como fica setor lácteo no pós-Covid

370 especialistas dos diferentes continentes e líderes discutiram o setor lácteo global


Foto: Marcel Oliveira

O boletim Radar Internacional, desenvolvido pelo Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite, traz um panorama de como deve se comportar o setor lácteo no pós-Covid. No mundo os impactos foram em diferentes momentos e intensidades. Os preços ficaram estáveis e especialistas acreditam que a pandemia acelerou alguns processos no setor como a valorização da produção local, maior colaboração na cadeia, cuidados redobrados com saúde e meio ambiente.

Em uma conferência 370 especialistas de todo mundo discutiram o setor no âmbito global. Entre os principais impactos está a maior valorização do setor de alimentos como um todo e a questão do abastecimento. Nos lácteos o debate reconhece a importância de uma produção local bem estruturada, o que ajuda a fortalecer marcas locais. Para eles Isso poderá ser motivo de políticas protecionistas, com consequências no mercado internacional de lácteos.

Para o produtor a expectativa é que a crise acelere mudanças na estrutura de produção. Houve intensificação no desenvolvimento e uso de novas tecnologias, digitalização, automação, robotização de atividades e tomadas de decisão em tempo real na fazenda. O produtor está cada vez mais conectado à internet, tanto com a indústria quanto com fornecedores de insumos e assistência técnica.

Na indústria um dos resultados é uma maior disponibilidade de informações, decisões em tempo real e conectividade com o produtor por meio da internet. Para algumas fazendas com maior dificuldade de se manterem na produção, coube à indústria o papel da agregação de valor, como forma de não interromper o fluxo de produção e melhorar a imagem do setor.

Para o consumidor o debate sobre o valor nutricional dos alimentos, alimentos naturais, básicos e locais levou a uma valorização dos lácteos e derivados e isso pode ser uma oportunidade a ser explorada. Da mesma forma o impulso das compras online que se consolidam como uma nova característica de mercado.

Por fim como oportunidades os especialistas avaliaram que Pelo lado do produtor, fazer determinadas coisas de modo diferente não necessariamente significa mais custo. Leite pode ser mais barato se for possível inovar mais. A pandemia pode ter forçado agentes a perceber oportunidades que não se haviam visto anteriormente. A indústria tem inovado de modo a gerar benefícios ao produtor e manter o leite sendo processado. A produção de leite precisa ser posicionada de modo a ser parte de soluções para toda a sociedade

A produção mundial de leite em 2019 deve ter aumentado cerca de 1,3%, o menor crescimento já registrado. A demanda foi um pouco maior, equivalente a 1,6%, o que puxou os preços em 9%. Para 2020, o medo da pandemia Covid-19 foi maior do que, de fato, o impacto no setor lácteo. A expectativa é de que, até o final do ano, o setor lácteo mundial volte à sua normalidade, em produção e preços no patamar dos US$ 35,00 / 100 kg de leite.

Para 2025, a expectativa de 83% dos participantes é de que o cenário seja positivo para o setor lácteo e que a tecnologia seja o fator determinante para essa mudança. Dos participantes, 53% acreditam que as principais inovações identificadas são o uso de tecnologias da informação e 44% veem a robotização como fator de mudança. Autossuficiência, segurança alimentar e sustentabilidade são os aspectos mais importantes da atividade leiteira do futuro, na visão de 23% dos participantes do evento.
 

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