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Como greve argentina impacta trigo brasileiro?

"Não há nenhuma certeza sobre o fim das negociações"


Foto: Marcel Oliveira

De acordo com a TF Agroeconômica, que consultou especialistas da Argentina, a greve dos portuários no país vizinho pode impactar o trigo brasileiro. Nesse cenário, já existe apenas 30% do trigo normal para exportação disponível nos portos. Mesmo que a greve acabasse hoje, teria que vir todo o resto do interior, com atraso.

“Não há nenhuma certeza sobre o fim das negociações, nem como elas acabarão. Mas, tem toda a pinta de ir longe, porque há interesses públicos e privados nela. Então, nossa recomendação aos moinhos brasileiros é de que ponham suas barbas de molho e tratem de fazer caixa e estoques, porque a alternativa é comprar trigos dos EUA, ou do Canadá ou da Rússia (ops, o trigo russo agora tem imposto de exportação), que chegam ao Brasil US$ 30/tonelada mais  caros do que o trigo argentino. Então, se  antes tínhamos uma  perspectiva de importar  trigo  entre  R$1.400,00/R$  1.650,00,  agora  esta  perspectiva  sobe  para  algo  entre  R$  1.550,00/R$ 1.800,00/t.  E  nenhuma  chance  de  reduzir  os  preços  das  farinhas  daqui  para  frente  sob  pena  de  grande prejuízo”, comenta. 

Para  o  consumidor  final,  também  haverá  forte  aumento  nos  preços  do  pão,  da  massa,  dos  biscoitos  e demais subprodutos da farinha de trigo no Brasil. “O lado positivo é que, com preços elevados, é possível que  aumente consideravelmente a área plantada com trigo no Brasil na próxima safra, tornando-o cada vez menos dependente das importações”, completa. 

No mercado internacional, os negócios estão caminhando lentamente para a temporada de férias. “Na Austrália, os preços domésticos do trigo permaneceram estáveis com níveis de reposição nos estados ocidentais em  US$  271/t para  APW  e  US$ 265/t  para  ASW, mas com  ofertas  FOB  pelo  menos  US$  5/t  mais  altas. No  mercado  de  águas  rasas  do  Mar  Negro,  a atividade  foi  controlada  pelo  baixo  interesse  de compra,  enquanto  as  ofertas  para  janeiro  com carregamento russo de 12,5% ficaram estáveis em US$ 256- $ 258/t CIF Marmara”, conclui. 

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