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Como melhorar a qualidade HVI da fibra brasileira

O 13° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) acontece até o dia 18


Foto: Pixabay

Por que as fibras curtas são um grande problema para o produtor e o que fazer para diminuir o índice de quebra da fiação foi palco do debate entre especialistas na Sala Temática 1, do 13° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que acontece até o dia 18, no Centro de Convenções de Salvador. O coordenador do painel “O conceito de conteúdo em fibras curtas (SFC)”, João Paulo Saraiva Morais, pesquisador da Embrapa Algodão, salientou que a baixa qualidade na fiação ocasiona quebras na fiação, perda do fio durante a produção e queda de sua resistência, o que é prejudicial no processo de fiação. Morais citou também quais são os melhores parâmetros analíticos para avaliar o conteúdo em fibras curtas.

“As fibras curtas escorregam, não são puxadas quando o fio é tracionado e é como se não existissem. Além disso, criam pontos grossos e finos, reduzindo a uniformidade do fio. Estes problemas resultam em deságio pela perda da matéria-prima. Se pudermos diminuir a quantidade de fibras curtas todos ganhamos”, acredita Morais. 

Mas, de onde vem as fibras curtas para entendermos como podemos reduzí-las? A maioria dessas fibras são criadas no momento do descaroçamento da pluma, mas existem outros fatores impactantes. “As fibras curtas surgem quando uma mais longa é frágil o bastante para ser quebrada durante o processamento. A fibra pode ser frágil porque tem pouca celulose ou a celulose não está organizada, indicando que ela é imatura. Isso comumente resulta em baixa resistência e alongamento”, explica o coordenador da sala.

Menor quebra de fibras nas amostras (mais resistência e elasticidade, boa maturidade); técnicas/instrumentos que meçam as fibras curtas e maior interação com os compradores para saber o quanto estão sendo afetados pelas fibras curtas é o que se pode fazer para melhorar esse índice a médio e longo prazo.
A curto prazo o que pode ser feito são “fardinhos” com maior comprimento e resistência e não reportar o SFI. Alguns contratos de outros países só são feitos com base nas seis características rastreáveis do HVI.

Na sequência, o gerente regional do Grupo SLC – Agrícola, Marcio Silveira, discorreu sobre o que precisaria ser feito no campo ou nas algodoeiras para poder reduzir esse parâmetro das fibras curtas, obtendo a produção de uma fibra de qualidade. As conclusões do especialista indicam que o manejo da cultura do algodão influencia o SFI, o material genético juntamente com o beneficiamento são os fatores que mais impactam no SFI, dentro das biotecnologias existem diferenças das cultivares para o SFI e existe uma alta correlação entre SFI para com RES e UHM.

Fechando o debate, Jean Louis Belot, pesquisador do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), explanou sobre como mitigar a formação de fibras curtas na lavoura através do monitoramento da unidade de beneficiamento de algodão (UBA) para redução do índice. Belot, destacou ainda a importância do gerenciamento da umidade na UBA antes do algodão passar pelo descaroçador como fator impactante para a quebra da fiação. “É possível reduzir o SFC a campo através da escolha da variedade e do posicionamento e manejo adequado, com mão de obra especializada, visando ter uma fibra de boa maturidade”, aponta.

Especialistas, produtores, pesquisadores e representantes de empresas brasileiras e internacionais estarão reunidos nos dias 16, 17 e 18 de agosto no Centro de Convenções de Salvador para tratar de tendências, políticas para o setor, pesquisa, tecnologia, sustentabilidade e inovação no segmento do algodão. O CBA é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e tem o apoio de várias instituições e empresas. 

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