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Como minimizar seca e geada no milho

Especialista indica que produtores invistam em ferramentas naturais para o solo


Foto: Leonardo Gottems

Diversas regiões produtoras de milho foram impactadas de alguma forma pelo estresse hídrico, ocasionado pela falta de chuva em abril e início de maio e, agora, devem passar por geadas. Estados como o Paraná, por exemplo, demonstram expectativa de quebra para a próxima safra. A reavaliação de índices do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), mostra uma previsão de colher 12,2 milhões de toneladas do grão na segunda-safra, um total menor do que a expectativa no início do ciclo, quando esperava-se um volume de 14,5 milhões de toneladas.

De acordo com a engenheira agrônoma Mayra Soares, gerente de grãos da Alltech Crop Science, o Paraná e o Mato Grosso do Sul deverão ser as regiões mais impactadas com as geadas, já o restante dos estados produtores deverão ser mais atingidos, provavelmente pela seca. “Não só o milho será prejudicado, afinal, a água é o alicerce da produtividade de qualquer cultura. E esse ano foi atípico, não só pela seca mais intensa, mas também pelo atraso no plantio”, relata a especialista.

Para lidar com o estresse hídrico, Mayra indica que produtores invistam em ferramentas naturais para o solo. “O primeiro passo seria o produtor investir na superfície que detém a planta desde o início. Hoje temos bioativadores que estimulam o desenvolvimento de raízes, para que o sistema radicular seja profundo e consiga buscar água nas camadas mais úmidas. Essas são soluções importantes, pois ajudam a planta a passar por esse estresse de forma mais resiliente”, explica. 

A dica de Mayra para minimizar os efeitos da geada é o uso de tecnologias à base de aminoácidos que aceleram o metabolismo da planta, armazenando mais açúcares, formando assim, uma espécie de proteção, pois aumenta o ponto de congelamento impedindo que as partículas congelem. Além disso, alguns nutrientes também são aconselhados nesse processo, como o nitrogênio, o fósforo, o potássio, o cálcio e o boro. 

Benefícios 

Segundo a engenheira agrônoma, os benefícios do manejo natural das plantas podem ser observados nas diferentes etapas da cultura, seja antes ou após o estresse. Quando houver a retomada da chuva, por exemplo, será perceptível uma planta com mais vigor, comparada àquela que não passou pelo tratamento. 

“Estudos mostram que os aminoácidos são bastante efetivos após o estresse. Os estímulos fisiológicos farão com que a planta retome seu metabolismo, apresente maior teor de clorofila, e, consequentemente, tendo assim uma maior taxa fotossintética, obtendo mais fotoassimilados para translocar para os seus grãos”, destaca Mayra. “No caso da geada, a planta que passou pelo momento de estresse e não houve morte de tecidos, estará com o seu metabolismo acelerado, apresentando assim, uma proteção maior”, finaliza a profissional. 

 

 

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