Como recuperar o agro gaúcho?
Estado responde por 69% da produção nacional de arroz,
O Rio Grande do Sul, um dos pilares do agronegócio brasileiro, está enfrentando uma das piores tragédias climáticas de sua história, conforme relatado por Mayra Delfino, Diretora Executiva e Fundadora do Congresso Nacional de Crédito no Agronegócio. Historicamente, o estado já enfrentou desafios climáticos significativos, como a seca de 2012, que causou grandes perdas agrícolas. Entretanto, a situação atual é ainda mais grave, exigindo uma resposta robusta e melhor coordenada.
Para entender a relevância do Rio Grande do Sul no cenário agrícola nacional, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado responde por 69% da produção nacional de arroz, totalizando 6,9 milhões de toneladas na safra 2022/2023. Além disso, foi responsável por 36% da colheita de trigo, com mais de 2,8 milhões de toneladas na safra de 2023.
Dados da Confederação Nacional dos Municípios estimam que, com as enchentes no Rio Grande do Sul, os prejuízos no agronegócio já tenham passado de R$ 2 bilhões. Portanto, o primeiro passo é compreender que essa fase não deve ser vista apenas como uma responsabilidade local, pois afeta todo o abastecimento agropecuário e econômico do país.
Programas de crédito flexíveis devem ser expandidos, oferecendo condições favoráveis de financiamento para a reconstrução das infraestruturas danificadas. Outra proposta indispensável é o investimento em tecnologias agrícolas avançadas e sustentáveis para o manejo das lavouras. Exemplos incluem o uso de drones para monitoramento, sensores de solo para otimização do uso de nutrientes e sistemas de irrigação focados na economia de água e no aumento da produtividade.