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Como vai a soja na safra 20/21?

A oleaginosa é o grão mais plantado. Deve ter aumento de área e produção


Foto: Eliza Maliszewski

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a nova projeção para a safra 20/21 de grãos. Mesmo com uma queda de 3,1 milhões de toneladas, será mais uma safra recorde no Brasil. São esperados 265,9 milhões de toneladas, uma alta de 3,5% sobre o ciclo passado, que somou 256,8 milhões de toneladas. A área plantada também está maior. São 66,9 milhões de hectares, alta de 1,6%. 

A oleaginosa é o grão mais plantado. Deve ter aumento de área em 3,3% e fechar em 38,1 milhões de hectares. A produção deve crescer 7,7% e tem expectativa de colheita de 134,4 milhões de toneladas. Na safra passada foram colhidas 124,8 milhões de toneladas. O bom desempenho é puxado pela expectativa de produtividade maior, de 3,522 kg/ha, incremento de 4,2%. 

O volume é maior do que o previsto em outubro. No primeiro levantamento estavam estimadas 133,6 milhões de toneladas. Em novembro a previsão estava um pouco mais, em 134,9 milhões de toneladas. Mato Grosso, o maior estado produtor do Brasil, aumento um pouco sua expectativa. Em outubro esperava colher 36,8 milhões de toneladas e em dezembro são estimadas 36,9 milhões de toneladas.

Implantação das lavouras

O plantio está em fase final na maior parte das regiões produtoras, com as oscilações climáticas impactando negativamente o ritmo das operações. No entanto, com a expectativa das normalizações hídricas, não se espera graves comprometimentos nos níveis de produtividade.

No Centro-Oeste as lavouras do Mato Grosso sofreram com a falta de chuva no início da janela. Com quase a totalidade das lavouras semeadas a umidade ainda não voltou ao esperado e obrigou ao replantio de cerca de 2,5% das áreas. Ainda não se pode confirmar queda de produtividade média, motivada pela escassez de chuvas, pois as lavouras ainda podem se recuperar, caso haja condições climáticas favoráveis.

No segundo maior produtor, o Paraná, área plantada será superior à da safra passada, motivada pelos bons preços da oleaginosa. São 5,5 milhões de hectares e produção estimada em 20,1 milhões de toneladas, uma queda de 6,5%. No extremo- oeste, o atraso no plantio foi de mais de 4 semanas. Na média do estado, estima-se um atraso de 2 semanas. Devido ao plantio sem as condições de umidade ideais, quase 30% das lavouras se encontram em condições regulares ou ruins. Espera-se que as chuvas ocorram de forma regular nos próximos dias, o que seria benéfico para as lavouras castigadas pela seca e que agora estão em fase reprodutiva.

No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor da oleaginosa e que amargou perdas de mais de 40% na safra passada, são esperadas 19,8 milhões de toneladas ou alta significativa de 73,6%. Mesmo com estiagem novamente ocorrendo neste ciclo os produtores seguem a semeadura de forma gradativa, conforme as chuvas acontecem. Apesar disso, as lavouras estão com um crescimento dentro do esperado. A região em que a estiagemfoi maior, na metade oeste do estado, é também aquela com menor porcentagem da área semeada, de 10 a 40%, enquanto que no centro, sul e leste já ultrapassou os 50%. Nos próximos dias a semeadura deve chegar à totalidade da área.

Mercado

A média dos preços de novembro de 2020 na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) foi de US$ 11,43/bu, 8,5% mais altos que em outubro de 2020 e 26,40% mais altos que novembro de 2019. Com as exportações de novembro de 2020, estimada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) em mais de 1,4 milhão de toneladas, a exportação de 2020 alcançaram o valor de 82,9 milhões de toneladas.

A demanda interna para a safra 2020/21 deverá se manter aquecida em razão do crescimento da economia, do aumento da produção de carnes para exportação e da mistura do biodiesel, que passará de B12 para B13, estimado em um total de mais de 49 milhões de toneladas. Dessa forma, os estoques finais de soja deverão manter-se baixos por mais um ano, e com isso, preços mais elevados no mercado interno para 2021.

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