Competitividade do milho brasileiro pode ser comprometida
Plantio do milho no Brasil ultrapassa 30% da área prevista

De acordo com a análise divulgada nesta segunda-feira (20) pela Grão Direto, com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as lavouras de milho norte-americanas seguem em boas condições, com 66% das áreas classificadas como boas ou excelentes, superando a expectativa de 65%. O relatório indica bom potencial produtivo e aponta que a colheita deve avançar em ritmo acelerado, podendo superar 25% da área total projetada. A previsão de clima mais seco e quente deve favorecer o avanço das máquinas e ampliar a oferta nas próximas semanas. Apesar disso, a demanda pelo milho dos Estados Unidos permanece aquecida, o que tende a sustentar os preços mesmo diante da expectativa de alta produção.
No Brasil, o ritmo de exportações apresentou leve aumento nas últimas semanas, mas ainda está abaixo da média histórica para o período. Os compromissos firmados até o momento são significativamente menores em comparação ao mesmo período do ano anterior. A Grão Direto avalia que o país enfrenta dificuldades para manter sua competitividade frente a outros exportadores, como Argentina e Estados Unidos, que atualmente praticam preços mais baixos no mercado internacional. A análise destaca que a concorrência argentina deve se intensificar a partir de dezembro, com o avanço da colheita e o aumento da disponibilidade para exportação, o que pode pressionar os prêmios pagos pelo milho brasileiro nos portos. Além disso, o avanço da colheita nos Estados Unidos deve ampliar a oferta global e acentuar a perda de competitividade do produto nacional, especialmente se o câmbio não oferecer suporte adicional.
O plantio da primeira safra de milho no Brasil já ultrapassou 30% da área prevista, com destaque para o Sul do país, onde Rio Grande do Sul e Paraná registram avanço superior a 80%. As condições de desenvolvimento das lavouras são consideradas adequadas, embora algumas áreas enfrentem déficit hídrico. Nas demais regiões, o plantio ocorre em áreas irrigadas, o que tem garantido bom progresso mesmo com limitações climáticas pontuais. Até o momento, o ritmo de plantio segue dentro da média histórica, sinalizando boas perspectivas para a safra.
O mercado segue atento à evolução das condições climáticas na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina. Qualquer atraso nas chuvas, redução da área plantada ou queda de produtividade pode gerar preocupação entre os agentes e atuar como fator de sustentação para os preços.