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Confinamento possibilita renda com bezerros holandeses

Raça apresenta um imenso potencial comercial para carne



Uma importante alternativa para os produtores de leite foi apresentada em um dia de campo no último sábado (12), na Colônia Coronel Queiroz, em Virmond. O evento promovido pela cooperativa Agrária em parceria com a Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná – Unicentro, apresentou um sistema inovador para aproveitamento de bezerros holandeses.


Para a maioria dos produtores, o nascimento de um macho, é um grande incômodo, pois não somam para o plantel produtivo e até então, não eram vistos como uma possibilidade de renda. Em 80% dos casos, eles são abatidos logo depois do nascimento.

No entanto, depois de uma série de pesquisas feitas pela Universidade, eles passaram a ser vistos com outros olhos. Assim como as raças zebuínas, o gado europeu, no caso o Holandês, apresenta um imenso potencial comercial para carne.

De acordo com o engenheiro agrônomo, professor doutor Mikael Neumann da Unicentro, alguns mitos foram fomentados ao longo dos anos sobre a raça. Mas de acordo com ele, isso sempre aconteceu porque os bezerros nunca receberam a mesma atenção e principalmente alimentação que as fêmeas leiteiras recebiam. “Geralmente eram utilizados para consumo da família, mas mantidos com um terço da dietas das bezerras”, explicou.
No sistema apresentado no dia de campo, logo depois do nascimento e da amamentação com o colostro por três dias, os machos iniciam um processo de confinamento, com leite e ração. Depois de cerca de quatro meses eles iniciam uma dieta 100% concentrada, sem a utilização de volumosos, apenas com grãos inteiros de milho e ração.

A tecnologia apresenta vantagens por reduzir o volume de alimento consumido e melhorar a eficiência alimentar, proporcionando constante ganho de peso dos animais no período de terminação, que antecede o abate.

PROPRIEDADE MODELO
O evento foi realizado na propriedade de Almir Zappani, que iniciou o processo há cerca de oito meses, e mantêm no sistema algumas cabeças. Um deles foi abatido para degustação dos participantes. O exemplar havia nascido em julho de 2010 com 48 quilos, no setembro seguinte ele foi desaleitado com 90 quilos. Depois de 180 dias de engorda, 100% concentrada, ele foi abatido com o peso bruto de 350 quilos.

O ganho por dia, era superior a dois quilos. Este bezerro, caso vendido no preço da arroba de novilho, na casa dos R$ 85, renderia ao produtor mais mil reais, depois de apenas oito meses. “Se o período de engorda for mais longo e ele ficar mais pesado, e com melhor carcaça, pegaria o preço da arroba de boi, cerca de R$ 95”, completou Mikael. Além disso, a carne com características precoces, apresenta um sabor diferenciado e marcante.
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