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Confinamento sem volumoso traz benefícios aos produtores

Dados apontam resultados excelentes para os produtores


O sistema de terminação de bovinos de corte chamado “Confinamento Sem Volumoso” ganha detalhamento técnico inédito no País em pesquisas desenvolvidas em Goiás.

Ganho de peso privilegiado, baixo consumo de alimento, excelente conversão alimentar e extraordinário rendimento de carcaça. O sonho de dez entre dez pecuaristas brasileiros pode ser alinhado a outros fatores que baixam custos e dão oportunidade de democratização ao sistema de confinamento de bois. Assim é o confinamento que pode ser chamado de “Confinamento sem Volumoso”.

Neste sistema de engorda, que pode ser conduzido “a pasto” (sistema inédito) ou também em currais próprios para confinamento, os animais são alimentados com dieta à base de 85% milho grão inteiro e 15% núcleo protéico-mineral-vitamínico peletizado, dispensando o uso de volumoso.

O detalhamento técnico acerca do sistema no país foi feito em uma parceria entre a empresa goiana de nutrição animal Agrocria, a Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do professor Helio Louredo, e a Fazenda Barreiro/Universidade São Marcos. Os resultados fizeram parte da tese de doutorado, defendida e aprovada no início de 2009, do professor e agora doutor Hélio Louredo.

Gerente de produtos da Agrocria, doutor em Ciência Animal e Pastagem pela Esalq/USP e membro da equipe que desenvolveu as pesquisas, o médico veterinário Flavio Castro recomenda o uso do sistema de confinamento sem volumoso “a pasto”. Ele salienta que este sistema é uma evolução do conceito de confinamento sem volumoso.

No confinamento sem volumoso - quando desenvolvido em sistema tradicional de engorda confinada em currais, sem adaptação prévia - os animais sentem bastante a mudança da dieta com volumoso (“capim”) para dieta sem volumoso (milho grão inteiro). Visando aprimorar este sistema, surgiu a técnica de manter os animais a pasto, permitindo o acesso dos bois ao volumoso (“pasto”) durante o período de adaptação.

Desta forma, os animais não passam mais por uma mudança abrupta na dieta, pois há uma alteração progressiva do pasto para a dieta de milho inteiro. É importante salientar que o uso de milho grão inteiro em dietas de confinamento surgiu nos Estados Unidos, na década de 70, sendo bastante utilizado na Argentina, principalmente por pequenos produtores desprovidos de equipamentos.

“Não existiam no Brasil pesquisas sobre o confinamento sem volumoso. Além de termos detalhado tecnicamente todos os experimentos, inclusive testando seis opções de dietas sem volumoso durante as pesquisas, evoluímos até o ponto de propor aos produtores o que chamamos de Confinamento a Pasto, sem volumoso, utilizando o grão de milho inteiro”, explica Dr. Flavio Castro.

Neste sistema, os animais são mantidos a pasto, com lotação de 30 a 40 cabeças por hectare, dependendo da quantidade de forragem disponível. O objetivo desta alta taxa de lotação é permitir a disponibilidade de forragem (“pasto”) apenas durante a adaptação dos animais à nova dieta na primeira quinzena do confinamento.

Após o período de adaptação, os animais podem permanecer no pasto (piquete) ou em currais de confinamento. O importante é que não haverá mais forragem disponível. São feitos dois tratos diários. O consumo de alimento gira em torno de 8,5 kg/cabeça/dia (2% de peso vivo). Segundo Dr. Flavio Castro, o sistema apresenta vantagens em relação ao semi-confinamento, no qual a possibilidade de ocupação do pasto é de uma cabeça por hectare contra 30 a 40 cabeças por hectare do Confinamento a Pasto.

Democratização do confinamento
Além dos resultados positivos em termos de ganho de peso, consumo de alimento, conversão alimentar, rendimento e acabamento de carcaça e custo por arroba produzida, um ponto importante do sistema de Confinamento a Pasto é, sem dúvida, a pouca estrutura exigida. A distribuição da dieta aos animais é muito mais fácil do que no sistema tradicional, sendo possível tratar os animais a pé ou com carroça, dependendo da quantidade.

Não são necessários, portanto, grande volume de mão-de-obra, bem como gastos com óleo diesel ou aquisição e manutenção de máquinas e implementos, o que facilita a adoção deste modelo também por pequenos e médios produtores, que não precisarão investir em estrutura como no confinamento tradicional. “Estamos trabalhando para criar opções para os produtores, especialmente em regiões onde não há volumoso ou há grande dificuldade em produzir silagem, e apostando cada vez mais no maior desenvolvimento do agronegócio brasileiro”, diz.

Dados técnicos
Consumo de matéria original: 2,0% peso vivo;
Ganho médio diário: 1,4 Kg;
Rendimento de carcaça: 55%;
Acabamento de carcaça adequado;
Dois tratos diários.

Dieta de milho grão inteiro
Melhor opção para confinamento sem volumoso dentre as seis dietas testadas;
Possibilita confinar bois sem volumoso;
Dieta de oportunidade (depende do preço do milho);
Em virtude da baixa necessidade de instalações, equipamentos e mão-de-obra, torna-se mais prática e de maior amplitude de uso (DIETA DEMOCRÁTICA);
Requer cuidado especial no período de adaptação e no manejo de cocho;
Lotes uniformes com bom desempenho e adequado acabamento de carcaça.

Protocolo sanitário
Vacina contra clostridioses;
Vermífugo;
Mosquicida e carrapaticida.

Confinamento a pasto/piquete
Facilita adaptação;
250-300 m2 durante adaptação;
25-30 m2 pós-adaptação;
25 cm de cocho por boi;
Baixo custo de adaptação

As informações são de assessoria de imprensa.

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