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Consumo de milho vai disparar, e Brasil será líder

Comércio global do cereal mostrará um crescimento ainda mais forte


Foto: Divulgação

O consumo global de milho deve aumentar 25% nos próximos dez anos, saindo de 1,144 bilhão de toneladas em 2021 para 1,430 bilhão de toneladas em 2030. A projeção é do Rabobank no relatório “Perspectiva da competitividade regional do milho até 2030 – Produção e comércio sobem, e o Brasil vai assumir a liderança”.

De acordo com as estimativas do banco especializado em agronegócio, o comércio global de milho mostrará um crescimento ainda mais forte, de 100 milhões de toneladas em comparação com as 87 milhões de toneladas da década anterior. O movimento será impulsionado pelo “crescimento da produção de proteína animal, tensões geopolíticas e escassez de milho resultante de clima adverso e restrições na área cultivada e ganhos de produtividade”. 

“Com base nisso, os volumes exportados dos principais produtores de milho devem aumentar. Brasil, Argentina, Ucrânia e Estados Unidos serão os que mais se beneficiarão com esse aumento no crescimento global, pois todos têm potencial de produção adicional e o Brasil está bem posicionado para assumir a liderança”, aponta o relatório assinado pelos analistas seniores de grãos e oleaginosas Marcela Marini, Stephen Nicholson e Vito Martielli.

Segundo eles, o Brasil se beneficia do “uso duplo da infraestrutura da fazenda”, já que a soja e o milho ‘safrinha’ são produzidos em diferentes períodos, mas ocupam as mesmas instalações. “A soja exigirá novos investimentos e capacidade adicional, o que também beneficiará a safrinha. A expansão da capacidade do Arco Norte no Brasil nos últimos anos beneficiará o crescimento das exportações de milho até 2030. Os riscos incluem a desvalorização da moeda, que pode impactar os custos de fertilizantes, visto que o país depende fortemente de importações”, apontam os analistas.

Por sua vez, a Argentina é favorecida por um custo de produção altamente competitivo e menor uso de fertilizantes devido à alta fertilidade do solo e à baixa pressão de pragas e doenças: “A expansão da área é esperada no norte, o que exigirá investimentos em infraestrutura devido à distância da região de áreas agrícolas tradicionais e portos fluviais e oceânicos. Os riscos incluem margens agrícolas sofrendo desvalorização da moeda, bem como impostos de exportação e restrições à exportação”.

Na Ucrânia, dizem os especialistas do Rabobank, o milho se beneficia de “rendimentos mais fortes em comparação com culturas alternativas, mas com grande parte do setor profissionalizado, a próxima década oferece menos potencial de crescimento da produção do que nos últimos 15 anos. As exportações da Ucrânia se beneficiam da proximidade do país aos mercados de destino na Ásia, Europa e na África do Norte e Subsaariana. As capacidades portuárias melhoraram na última década, embora a Ucrânia precise melhorar a infraestrutura de transporte terrestre”.

“Em comparação com as outras regiões, os EUA estão mais bem posicionados em termos de infraestrutura e eficiência logística, mas o crescimento da produção exigirá investimentos e maior eficiência no transporte terrestre. Os EUA aumentarão a produção por meio do crescimento contínuo da produção, enquanto a expansão da área plantada será limitada. O forte aumento da demanda de óleo vegetal por diesel renovável pode levar a um aumento na área de soja em detrimento do milho. Por outro lado, as políticas de etanol nos EUA podem mudar e liberar mais milho para o mercado de exportação, o que provavelmente também teria um impacto negativo sobre os preços do milho e os níveis de produção”, acrescentam.

“Em todos os quatro países, o crescimento da produção precisa ser administrado de forma sustentável e com consciência ambiental, já que as emissões de GEE da agricultura estarão sob escrutínio e podem impactar a produção”, conclui o relatório da instituição financeira.

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