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Controle químico da ferrugem depende de diagnóstico

Programa de Controle de Pragas de Goiás orienta produtor a intensificar o monitoramento das lavouras


O Programa Estadual de Controle de Pragas da Soja do Estado de Goiás - Soja Protegida - está orientando produtores das regiões de Chapadão do Céu e Montividiu para que intensifiquem o monitoramento de suas lavouras. O objetivo é tentar controlar a ação da ferrugem da soja. Focos da doença foram confirmados em áreas comerciais próximas às duas cidades. Segundo o gerente de pesquisa do Centro Tecnológico para Pesquisas Agropecuárias (CTPA), José Nunes Júnior, outros focos também foram confirmados em unidades de alerta em Senador Canedo, Montividiu, Campo Alegre, Rio Verde, Paraúna e Silvânia, locais onde os produtores também devem intensificar o controle.

De acordo com o pesquisador, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais eficiente se torna o controle químico. Ele lembra que a decisão sobre o momento de aplicação deve ser técnica e o profissional deve levar em conta fatores como a presença do fungo na região, idade das plantas, condição climática favorável, logística de aplicação, disponibilidade de equipamentos, presença de outras doenças e custo do controle. "Nunca é demais lembrar que o número e a necessidade de outras aplicações químicas serão determinados pelo estágio em que for identificada a doença e pelo período residual dos produtos, por isso é importante buscar orientação técnica", diz Nunes.

Na safra 2005/06, o Sistema de Alerta/Consórcio Antiferrugem registrou 1409 ocorrências de ferrugem. Desde o surgimento da doença no País, em 2001, já foram calculadas perdas equivalentes a US$ 7,7 bilhões. De acordo com Nunes, do CTPA, os principais fatores que contribuíram para a ocorrência da ferrugem na safra passada foram a alta pressão do fungo em função da soja cultivada na entressafra, a dificuldade de diagnóstico, a utilização de meia dose de fungicidas buscando economia nas aplicações e a falta de domínio das tecnologias de aplicação.

Relatos tendem a crescer:

Segundo a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, neste ano as chuvas favoreceram a instalação das lavouras mais cedo e houve um aumento no plantio de variedades precoces. Por isso, o número de relatos tende a crescer, uma vez que a doença ocorre com maior freqüência a partir de florescimento”, completa. Ela lembra que o monitoramento é a forma mais eficiente de alertar pesquisadores e produtores, já que o controle químico ainda é a única forma de combate.

O principal dano ocasionado pela ferrugem é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação após a constatação dos sintomas iniciais, da resistência/tolerância e do ciclo da cultivar utilizada. A Embrapa Soja já observou reduções de produtividade próximas a 70% quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas.

Em 2006/07, trinta produtos comerciais encontram-se registrados para o controle da ferrugem e outros devem obter registro no decorrer da safra. As informações atualizadas sobre os produtos registrados para ferrugem podem ser encontradas no AGROFIT, no site do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento(www.agricultura.gov.br). Os produtos foram agrupados com base em resultados de pesquisa realizadas por diferentes instituições de pesquisa do País. A formação de três grupos não implica em flexibilidade na aplicação para o controle. “Para ter eficiência no combate, é preciso que os produtores desenvolvam formas integradas de manejo, sigam recomendações técnicas e façam opção por cultivares de ciclo curto”, finaliza José Nunes Júnior.

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