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Cooperativas de café registram mais baixo estoque em 15 anos


As cooperativas de café de todo o mundo registram o menor estoque dos últimos 15 anos. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores de Café da Região de Patrocínio (Acarpa), Wilson José de Oliveira.

Segundo ele, a maior cooperativa de café do cerrado, a Expocacer, com capacidade para 700 mil sacas (de 60 quilos), está com apenas 70 mil sacas do produto armazenadas, o que representa pouco menos de um terço da quantidade estocada no mesmo período do ano passado, que era 220 mil sacas.

De acordo com dados do Conselho Nacional do Café (CNC), em todo o país, as cooperativas tinham 3,2 mil sacas de café em estoque, no mês de março, contra 5,8 mil no mesmo período do ano passado, uma queda de 44%. Em relação ao mês anterior, a queda foi de 21%.

A redução dos estoques deve-se à aceleração das vendas, que está sendo estimulada pela valorização do produto. A saca do café é comercializada hoje por cerca de R$ 200, cerca de 18% a mais do que em igual período de 2003, quando o produto foi vendido a um preço médio de R$ 170. Conforme explicou Oliveira, há um déficit na produção mundial de café. Com isso, a procura está maior do que a oferta, o que traz vantagens para os produtores "sobreviventes" das crises do setor cafeeiro registradas nos últimos anos.

De acordo com dados da Organização Internacional do Café (OIC), a safra mundial 2003/2004 está estimada em 101 milhões de sacas, o que representa uma redução de 15% em relação à safra anterior e um déficit de cerca de 9 milhões de sacas, já que o consumo estimado é de 110 milhões.

No Brasil, a estimativa de colheita era de 48 milhões de sacas, mas a safra não deve ultrapassar 35 milhões de sacas. O País é responsável por um terço da produção mundial, lidera as exportações do produto e é o segundo maior consumidor, depois dos Estados Unidos.

Região

No Cerrado, que abrange 55 municípios, e expectativa é colher 3 milhões de sacas, 1 milhão a menos do que era esperado para esta safra. "Com isso, esperamos que o preço alcance o ideal, que é de US$ 100 a saca, para que os produtores possam continuar na atividade", ressaltou o presidente da Acarpa.

Segundo ele, a baixa nos estoques de café deverá estender pelo menos para os próximos 6 anos, devido às desistências de muitos produtores, que optaram por outras culturas, como soja e milho.

Além disso, a seca registrada durante o período de plantio do café e a falta de tratos adequados às lavouras reduziram a produção. Com este quadro - estoques em baixa e preços em alta -, os produtores da região estão animados com a colheita do café do Cerrado, que começa no próximo mês.

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