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COP30 em Belém deve reforçar papel do Brasil na agenda verde

“Nesse cenário, o Brasil tem a oportunidade de ocupar um espaço único"


“Nesse cenário, o Brasil tem a oportunidade de ocupar um espaço único" “Nesse cenário, o Brasil tem a oportunidade de ocupar um espaço único" - Foto: Divulgação

A COP30, que está sendo realizada em Belém, deve colocar o Brasil no centro das atenções globais ao discutir o futuro da sustentabilidade e das finanças verdes. O encontro marca uma nova fase das negociações climáticas, menos focada em metas e mais em como financiar a transição para uma economia de baixo carbono.

Segundo Pedro Plastino, executivo de negócios climáticos e membro da delegação brasileira na conferência, o evento ocorre em um contexto internacional delicado, marcado por tensões políticas e econômicas entre grandes potências. “O contexto global é delicado. As relações multilaterais estão fragilizadas por disputas políticas e econômicas. Mesmo com poucos avanços recentes, há expectativa de que o Brasil possa se afirmar como protagonista de uma nova economia climática, combinando capital natural, diplomacia ativa e um papel central na proteção das florestas tropicais”, comenta.

Um dos principais anúncios esperados é o Tropical Forests Finance Facility (TFFF), fundo voltado à preservação de florestas que deve reunir recursos do Brasil, da União Europeia e de países do Brics. O governo brasileiro já se comprometeu com US$ 1 bilhão, e o desafio será transformar compromissos em resultados concretos.

Outro ponto em debate é a convergência entre os mercados voluntário e regulado de carbono. O governo defende a coexistência dos dois modelos, o que poderia ampliar a geração de receitas com créditos regulados. As discussões sobre os artigos 6.2 e 6.4 do Acordo de Paris devem definir o futuro dessa agenda.

“Nesse cenário, o Brasil tem a oportunidade de ocupar um espaço único: o de mediador entre blocos que hoje se olham com desconfiança. Ser anfitrião da COP30 não é apenas uma questão de prestígio diplomático, mas de liderança real na construção de pontes, na regulação dos mercados e na valorização da floresta em pé. Se conseguir converter sua credibilidade ambiental em resultados práticos, o Brasil pode sair de Belém não apenas como sede da conferência, mas como referência global em finanças climáticas e governança verde”, conclui.
 

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