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COP30 inspira diálogo entre Embrapa e comunidades rurais

Evento conecta COP30, Embrapa e comunidades em debates ambientais no Amapá


Foto: Ricardo Santos Costa

Como os territórios da Amazônia podem estimular atividades criativas e produtivas, adaptadas aos novos tempos de emergência climática? Uma das alternativas é investir em projetos que aliam educação, produtos da biodiversidade e geração de renda. Um exemplo é a 3ª Semana Tomé Belo, realizada de 28 a 30 de outubro, na Escola Família Agroextrativista do Carvão, no município de Mazagão (AP). A diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Embrapa, Ana Euler, esteve no primeiro dia do evento e destacou junto aos alunos e educadores a importância de temas globais vinculados à agenda da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (COP30), como fortalecimento da bioeconomia a partir das cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica.

 “Esse evento é uma parceria da Escola Família do Carvão com a Associação Nossa Amazônia, a Embrapa, o Ministério do Meio Ambiente e toda a rede de comunidades agroextrativistas do Amapá. É um momento em que se discute a organização dos movimentos extrativistas e traz, duas semanas antes da COP30, temas que estarão no centro das discussões, como a bioeconomia, tecnologias para a agricultura familiar, e se discutem esforços conjuntos em busca de soluções para emergências fitossanitárias como a doença vassoura-de-bruxa da mandioca”, afirmou Ana Euler.

 Pela Embrapa Amapá estiveram no evento o chefe-geral Jô de Farias Lima, o chefe de Transferência de Tecnologia Antônio Cláudio de Carvalho, o analista Walter Paixão e a pesquisadora Vânia Beatriz de Vasconcelos. Também participou da abertura da Semana Tomé Belo, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.  

A 3ª Semana Tomé Belo reúne professores, estudantes, agricultores familiares e representantes de comunidades tradicionais de várias regiões do Amapá, em torno de temas como educação, bioeconomia, sociobiodiversidade e adaptação à emergência climática.  Na manhã de terça-feira (27), foram inauguradas a Rádio Nossa Amazônia e uma feira de produtos da sociobiodiversidade, com a exposição e venda de alimentos e biojoias produzidos por agricultores familiares e extrativistas da região. Também foi lançado o livro Extrativismo de Palavras, coletânea de poesias escritas por alunos da escola, organizada pelos professores Vilber Souza e Ivone Reis.

Durante o evento, o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) também promoveu debates sobre pedagogia da alternância, gestão das terras públicas e fortalecimento das políticas rurais. O diretor-presidente Kelson Vaz ressaltou a importância das parcerias interinstitucionais para o desenvolvimento sustentável do setor rural amapaense, integrando pesquisa, extensão e educação.

Homenagem a Tomé Belo

A Semana leva o nome de Tomé de Souza Belo, um dos fundadores da Escola Família do Carvão, falecido em 2017, aos 81 anos. Pioneiro na organização dos trabalhadores rurais da região, Tomé Belo deixou um legado de compromisso com a educação e o extrativismo sustentável, incluindo sua participação em diversos projetos em parceria com a Embrapa na Escola Família do Carvão. 

O idealizador do evento é o professor e líder agroextrativista Joaquim Belo, filho de Tomé, que também participou da programação com palestra sobre educação e enfrentamento da crise climática. Joaquim Belo foi designado pela presidência da COP30 como enviado especial do Brasil para representar povos e comunidades tradicionais nas discussões internacionais sobre o clima. “Tomé Belo foi o precursor do movimento extrativista amazônico e atualmente o filho dele, Joaquim Belo, vem fazendo um belo trabalho de debates, trazendo a contribuição das populações tradicionais para o debate nacional e internacional do clima, e estas populações têm que ser protagonistas das soluções quando países do mundo inteiro procuram consenso para um acordo climático por meio de uma agenda de ação”, ressaltou Ana Euler. Criada há 28 anos, a Escola Agroextrativista do Carvão integra educação formal e saberes tradicionais, promovendo o aprendizado a partir da realidade local e fortalecendo a Pedagogia da Alternância, que une teoria e prática no campo.

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