O grupo Cosan está prestes a concluir a compra da Usina da Barra, dona da maior unidade produtora de açúcar do mundo. Fontes próximas às empresas garantem que, após meses de negociações, a aquisição pode ser fechada ainda esta semana. Os dois grupos mantêm as conversas a sete chaves, mesmo porque o negócio ocorre em família. A Barra foi fundada pelo avô de Rubens Ometto Silveira Mello, diretor-geral do Cosan, e é controlada por Sérgio Ometto, primo de Rubens. Segundo uma fonte, o próprio Rubens, indiretamente, já possui participação na companhia, por meio de uma holding presidida por sua mãe.
Se concretizado, o negócio seria o maior já realizado no setor sucroalcooleiro brasileiro - o maior e mais competitivo do mundo. A Usina da Barra - dona das usinas Da Barra e Dois Córregos - está avaliada pelo mercado em US$ 150 milhões a US$ 200 milhões, sem contar as dívidas. Para o Cosan, a compra da Barra possibilita expansão das atividades na região de Jaú - no centro-oeste de São Paulo -, onde o grupo já tem a usina Diamante. Também marca a entrada do grupo no refino de açúcar. A Usina da Barra tem um portfólio diversificado, que inclui desde álcool até açúcar refinado empacotado, vendido diretamente no varejo.
Além disso, o Cosan ampliaria de maneira expressiva sua capacidade instalada de moagem, que hoje já é a maior do país. O volume anual cresceria em 9 milhões de toneladas, para 27 milhões de toneladas de cana. A compra da Barra representa mais uma demonstração da agressividade com que o Cosan avança sobre as usinas de açúcar e álcool. Em apenas cinco anos, o grupo ampliou de três para nove o número de usinas controladas, elevando sua capacidade de 10 milhões de toneladas anuais de cana para as atuais 18 milhões.
As últimas três aquisições foram efetuadas por meio da Franco Brasileira SA, uma associação do Cosan com as francesas Union SDA e SucDen. No momento, a Union SDA mantém negociações exclusivas com o grupo italiano Edison para compra da francesa Béghin-Say que, por sua vez, controla no Brasil a Açúcar Guarani. Se o negócio for concretizado, ao Cosan deverá ser reservada a administração da companhia brasileira, o que possibilitaria mais ampliação de capacidade.