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Cotações do milho em Chicago apresentaram um viés de baixa

Na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 165,00 e no Paraguai em US$ 122,50


Foto: Marcel Oliveira

As cotações do milho em Chicago apresentaram um viés de baixa nesta primeira semana de novembro. O bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechou o dia 07/11 (quinta-feira) em US$ 3,75, contra US$ 3,90 uma semana antes. A média de outubro ficou em US$ 3,89, contra US$ 3,62/bushel em setembro.

A colheita de milho nos EUA, até o dia 03/11, atingia a 52% da área, contra 75% na média histórica, apresentando um ritmo menor do que o da soja. O clima frio, com geadas, tem atrasado a colheita e até levado a perdas de qualidade do milho.

Po sua vez, as venda líquidas de milho por parte dos EUA, para o ano comercial 2019/20, iniciado em 1º de setembro, somaram 549.100 toneladas na semana encerrada em 24/10. Isso representa um avanço de 29% sobre a média das quatro semanas anteriores. O volume exportado ficou dentro do esperado pelo mercado.

Por outro lado, o mercado pesou as incertezas quanto a assinatura do acordo comercial entre EUA e China, tendo caído mal a possibilidade de transferência da mesma para dezembro.

Enfim, o mercado esperava o relatório de oferta e demanda do dia 08/11, o qual abordaremos com atenção em nosso próximo comentário.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 165,00 e no Paraguai em US$ 122,50.

E no Brasil, os preços se mantiveram firmes diante da conjuntura cada vez mais apertada de oferta interna, apesar da mudança de comportamento do produtor da safrinha. De fato, a semana iniciou com este produtor forçando mais as vendas de milho, diante de compradores menos interessados em comprá-lo.

Isso pressionou para baixo os preços no interior paulista em especial. Assim, o referencial Campinas iniciou a semana entre R$ 42,50 e R$ 43,00/saco CIF.

Durante a semana, o anúncio de exportações importantes em outubro mudaram um pouco a direção do mercado. De fato, o Brasil exportou 6,1 milhões de toneladas de milho em outubro, mantendo o ritmo forte dos meses anteriores. Até o final de outubro o Brasil exportou 34,4 milhões de toneladas de milho, havendo já registradas para embarque, em novembro, 3,4 milhões de toneladas. Ou seja, os estoques estão diminuindo rapidamente via exportação.

Neste contexto, além deste movimento exportador, há clara preocupação com a possibilidade de a safra de verão ser menor neste próximo período. Isso colocaria a entrada de milho novo apenas em março no Centro-Sul brasileiro. Tal quadro se dá pelo atraso no plantio em grande parte das regiões produtoras, devido a falta de chuvas (exceção do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Dito de outra forma, o mercado terá que se abastecer com milho da safrinha passada por mais cinco meses, o que é um longo tempo. São Paulo, por exemplo, possui apenas 20% do milho safrinha em disponibilidade neste início de novembro. (cf. Safras & Mercado)

Assim, o governo gasta seus estoques visando abastecer o mercado. Tal movimento ocorre no Mato Grosso, porém, os estoques públicos não poderão atender o mercado até março. Com isso, a tendência dos preços do milho, logo adiante, é de novas altas, dependendo particularmente da intenção de venda dos produtores. Aliás, no Mato Grosso, apesar dos leilões da Conab, os preços permanecem elevados. A safrinha 2020, por exemplo, acusa negócios ao redor de R$ 23,30/saco para agosto, enquanto em Goiás as ofertas chegam a R$ 28,50/saco para o mesmo período.

Diante deste quadro, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 34,18/saco, enquanto os lotes oscilam entre R$ 42,00 e R$ 43,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giram entre R$ 29,00/saco em Sorriso e Sapezal (MT) e R$ 45,00/saco em Itanhandu (MG), passando por R$ 42,00 nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos, e R$ 43,00 em Alfenas (MG).

Enfim, o plantio da safra de verão, no Centro-Sul brasileiro, atingiu a 69% da área esperada, contra 75% um ano antes nesta época. O Rio Grande do Sul havia semeado 95% de sua área, o Paraná 93% e Santa Catarina 92%, estando até adiantados em relação ao ano anterior, exceção feita ao Paraná. Já os demais Estados produtores apresentam um atraso considerável na semeadura do milho de verão. É o caso, em particular, de Minas Gerais (25% plantado, contra 42% um ano antes); Mato Grosso do Sul (43% contra 72%) e de São Paulo (48% contra 80% no ano passado). 
 

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