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Cotações do milho em Chicago voltaram a recuar

Mercado considerou tais números com viés de baixa para as cotações


As cotações do milho em Chicago voltaram a recuar, chegando a bater em US$ 3,37/bushel no dia 02/07 para, posteriormente, fecharem o dia 05/07 (quinta-feira) em US$ 3,43, contra US$ 3,45/bushel. A média de junho ficou em US$ 3,63/bushel, contra US$ 4,00 em maio.

O relatório de plantio definitivo nos EUA apontou uma área semeada com milho em 36,05 milhões de hectares ficando, pela primeira vez na história, menor do que a área de soja. Todavia, a redução em relação ao ano de 2017 foi de apenas 1% igualmente, fato que projeta uma safra muito boa em caso de clima normal. Já o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de junho, subiram 1% sobre igual período de 2017, se estabelecendo em 134,9 milhões de toneladas. O mercado considerou tais números com viés de baixa para as cotações.

Dito isso, o clima nos EUA passa a ser um elemento decisivo neste mês de julho, já que o mesmo marca o período de floração e polinização do milho. Neste sentido, há alertas para um clima mais quente e seco durante o mês, fato que pode atrapalhar o desenvolvimento das plantas. Portanto, entramos definitivamente no mercado do clima naquele país.

Entretanto, no curto prazo a valorização do dólar perante as principais moedas do mundo tirou competitividade do milho estadunidense, fato que repercutiu sobre as cotações. Mesmo que o litígio comercial entre China e EUA não atinja fortemente o milho, seus efeitos secundários, como no caso do câmbio, provocam preocupações.

Quanto às condições das lavouras estadunidenses de milho, até o dia 1º de julho as mesmas apresentavam 76% entre boas a excelentes condições, 18% regulares e 6% entre ruins a muito ruins.

Na Argentina, a tonelada FOB ficou cotada em US$ 160,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 137,50.

Já no Brasil, os preços do cereal fecharam a semana na média de R$ 34,98/saco, melhorando em relação à semana anterior. Os lotes oscilaram entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco, sem alterações significativas. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 20,00/saco em Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT) e R$ 37,50/saco em Videira e Concórdia (SC). 

A entrada da safrinha continua fazendo pressão baixista sobre o mercado, porém, lentamente começa a existir uma mudança de comportamento dos produtores, especialmente os paulistas. Isso porque a produtividade se mostra baixa, devido a estiagem que atingiu as regiões produtoras da safrinha no Centro-Sul brasileiro. Assim, a oferta é menor do que o inicialmente esperado e os produtores começam a segurar novamente o produto. Com isso, os preços tendem a subir. 

Assim, apesar de ainda os consumidores não encontrarem dificuldades de abastecimento e as exportações estarem prejudicadas pelas dificuldades de frete, a forte desvalorização do Real torna mais interessante as vendas externas caso o câmbio se mantenha acima de R$ 3,90 por dólar. Com isso, o interior paulista já assiste a preços entre R$ 34,00 e R$ 35,00/saco, enquanto o referencial Campinas voltou ao patamar de R$ 38,00 a R$ 38,50/saco no CIF. No porto de Santos o preço de compra para a safrinha subiu, nominalmente, para R$ 40,00/saco.

Em junho, as exportações de milho por parte do Brasil ficaram em apenas 142.900 toneladas, resultando em um valor total de US$ 26,4 milhões, ou seja, um preço médio de US$ 184,50/tonelada.

Enfim, o mercado parece estar novamente mudando de postura e ingressando num processo de alta de preços diante da baixa produtividade média da safrinha e da forte desvalorização do Real neste momento. Mesmo assim, as tradings ainda estão atuando de forma lenta, no aguardo de uma definição sobre a tabela do frete no país.

A colheita da safrinha, até o dia 29/06, atingia a 10% da área semeada, contra 16% em igual período do ano passado. Por enquanto, a produtividade média da safrinha no Centro-Sul brasileiro está sendo esperada em 4.677 quilos/hectare, contra 5.863 quilos no ano passado (cf. Safras & Mercado). Isso significa dizer que estamos diante de um recuo de 20,2% na mesma, com tendência a diminuir ainda um pouco mais na medida em que a colheita vai avançando. 

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