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Cotações do milho registram estabilidade

No geral, o mercado externo ainda está sem força para novas altas de preços



Foto: Marcel Oliveira

Análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário

As cotações do milho em Chicago registraram grande estabilidade nesta semana, fechando a quinta-feira (21) com leve baixa, em US$ 3,17/bushel, contra US$ 3,20 uma semana antes. No geral, o mercado externo ainda está sem força para novas altas de preços, especialmente diante da expectativa de uma safra recorde nos EUA, acima de 400 milhões de toneladas.

Mesmo com os preços do petróleo em alta na semana e as indústrias de etanol, aos poucos, retomando suas atividades nos EUA, o mercado não reagiu. Por sua vez, as exportações semanais estão boas (1,07 milhão de toneladas na semana anterior),  porém, ainda não animam o mercado. Por enquanto, pesa mais o clima favorável nas regiões de plantio dos EUA, a ponto de levar o mesmo para 80% da área esperada até o dia 17/05, contra a média histórica de 71%. Assim, o plantio do milho estadunidense caminha para o encerramento dentro de uma janela ideal, projetando alta produtividade se o clima continuar nesta linha. Além disso, a entrada de milho argentino e brasileiro no mercado, embora sem grande intensidade ainda, segura as cotações internacionais e as vendas estadunidenses.

Na Argentina, a tonelada FOB fechou a semana em US$ 145,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 109,00. E no Brasil o viés de baixa permanece, porém, o processo ocorre muito lentamente, com o mercado sem definição quanto ao que poderá ocorrer com a safrinha em algumas regiões, devido ao clima, especialmente em São Paulo. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 43,30/saco, contra R$ 29,95 na mesma época do ano passado. Ou seja, o preço do milho, embora tenha baixado um pouco nestas últimas três semanas, ainda está 44,6% acima do registrado um ano antes no balcão gaúcho. Já os lotes gaúchos oscilaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco.

Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 32,00 em Sinop e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 51,50/saco na Mogiana paulista. O mercado interno atualmente sofre influência da forte volatilidade do câmbio e do clima, onde em algumas regiões estaria faltando chuvas para a safrinha, em particular em São Paulo.

Ao mesmo tempo, segue o contraste entre as cotações do cereal na BM&F e o que está sendo praticado no mercado físico. Assim, para o mercado paulista trabalhar com preços ao redor de R$ 45,00/saco CIF Campinas em setembro, o produtor, no interior de São Paulo, terá que negociar milho safrinha abaixo de R$ 40,00/saco. Ora, os preços no porto serão melhores, levando o produto para o exterior e forçando altas nos preços internos. Neste contexto, em continuando assim o comportamento da Bolsa paulista, a maioria dos operadores de mercado físico não conseguem utilizá-la a contento para operações de maior volume. 

Dito isso, a safrinha trabalho com preços ao redor de R$ 41,50 a R$ 42,50 sobre vagão na região paranaense de Maringá e a R$ 48,00 no porto de Paranaguá. Existem ofertas a partir de R$ 44,00 no norte do Paraná e de R$ 50,00/saco no porto. Já no Mato Grosso a safrinha, para julho a setembro, tem ofertas entre R$ 33,00 e R$ 35,00/saco na Rodovia BR 163, enquanto compradores oferecem R$ 30,50 a R$ 32,50/saco. Em São Paulo os preços tendem a ficar mais elevados diante da quebra praticamente
certa em parte da sua safrinha. Assim, além do clima, o comportamento cambial, com sua influência decisiva nas exportações, definirá os rumos dos preços do milho safrinha e, por extensão, do conjunto do mercado nacional deste cereal. Por outro lado, a colheita do milho de verão chegou a 91% da área do Centro-Sul brasileiro em 15/05, contra a média histórica de 95% para o período. Minas Gerais, com 69% colhido, e Goiás/DF com 87% são as regiões mais atrasadas nesta colheita.

As demais já encerraram a mesma. Enfim, quanto as exportações brasileiras de milho, nos primeiros quatro meses do atual ano civil 2020 o volume chegou a apenas 3,13 milhões de toneladas, contra 7 milhões no mesmo período do ano passado e 5 milhões no primeiro quadrimestre de 2018. 

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