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Cotações do milho sobem nesta semana em Chicago

Situação do plantio nos EUA se complicou muito nesta última semana


As cotações do milho em Chicago subiram nesta semana, se aproximando dos US$ 4,00/bushel, algo que não era visto desde o final de maio de 2018, portanto há praticamente um ano. Todavia, o fechamento desta quinta-feira (23) indicou recuo, ao atingir US$ 3,89/bushel, após US$ 3,94 na véspera e US$ 3,79 uma semana antes.

A situação do plantio nos EUA se complicou muito nesta última semana. A janela preferencial de semeadura se aproxima rapidamente (31/05) de seu encerramento, e o clima não melhora. Com isso, há um atraso considerável no plantio do milho naquele país, o qual está sendo considerado histórico. Até o dia 19/05 o mesmo atingia apenas 49% da área esperada, contra 80% semeado na média histórica para esta data. Illinois semeou apenas 24% de sua área até o dia 19/05, Indiana 14% e Ohio tão somente 9%. A surpresa positiva estava em Iowa, com 70% semeado, contra 89% na média. Por sua vez, a germinação atingia a 19% da área contra 49% na média. Assim, o risco de um replantio é grande, além do risco adicional de baixa população de plantas. (cf. Safras & Mercado)

Com isso, não surpreende as altas em Chicago, assim como a tendência de novas altas na medida em que se torna cada dia mais evidente que a área total prevista pode não ser alcançada. Diante disso, o produtor estadunidense terá duas opções: transferir área para a soja em junho ou colocar área impedida de plantio no programa de prevenção do governo. Em havendo melhoria do clima, muitas áreas deverão ser destinadas à soja, fato que sustentaria os preços do milho e derrubaria, logo mais, as cotações da soja. Na prática, já não se discute se haverá transferência de área para a soja, mas sim quanto da área de milho será passada para a oleaginosa. Depois disso, pesará no mercado o potencial de produtividade do cereal, também fortemente atingido pelas chuvas. Apenas o milho semeado mais tardiamente, fora da janela preferencial, por enquanto não teria cortes de produtividade, desde que o clima venha a ser favorável em junho. (cf. Safras & Mercado)

Por outro lado, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, para o ano comercial 2018/19, atingiram a 533.300 toneladas na semana encerrada em 9 de maio, sendo este o pior resultado do corrente ano, ficando 15% abaixo da média das quatro semanas anteriores.

Já na Argentina, a tonelada FOB do cereal fechou a semana em US$ 167,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 103,50.

E no Brasil, os preços do milho pouco mudaram nesta semana. O balcão gaúcho fechou a mesma em R$ 29,95/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 34,00 e R$ 34,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 21,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 35,00/saco em Itanhandu (MG), passando por R$ 34,50 em Concórdia (SC).

Dito isso, há potencial de melhoria dos preços internos, puxados pela situação em Chicago e, principalmente, pelo atual câmbio no Brasil, que tem oscilado entre R$ 4,04 e R$ 4,10 por dólar. Este câmbio estimula as exportações, sendo que em Paranaguá e Santos o saco de milho já atingiu a R$ 38,50 para agosto e setembro, em plena pressão da safrinha. Aliás, os preços da safrinha em alguns Estados, caso de Goiás, já indicam elevações.

Neste contexto, aumenta a competição entre os consumidores internos e os exportadores pelo milho nacional, inclusive durante a safrinha, fato que não ocorreria se não fosse o câmbio. A questão, agora, é: até quando o Real ficará nos atuais níveis, diante das intervenções do Banco Central?

O fato é que os preços do mercado interno, diante de uma colheita de 70 milhões de toneladas na safrinha e um total nacional estimado em 101 milhões de toneladas para este ano, contra 80 milhões no ano passado, ficarão na dependência da força das exportações, as quais dependerão de um Real no atual estágio.

Por enquanto, as projeções de exportação para junho já atingem a 1,2 milhão de toneladas, e há fortes movimentos de compradores visando as vendas externas. Espera-se que, no atual ano comercial, o país atinja vendas externas de milho entre 30 a 32 milhões de toneladas. Todavia, os exportadores ainda esperam a entrada da safrinha para comprarem milho a valores mais baixos no mercado interno. Neste sentido, a estratégia tem sido reduzir os prêmios do cereal nos portos, fato que reflete negativamente no preço final ao produtor rural. Afinal, o mercado sabe que, em continuando a situação climática ruim nos EUA, a área de milho local será cortada acima do que se poderia esperar, diminuindo a presença dos EUA no mercado exportador, fato que favorece o Brasil e a Argentina. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a colheita da safra de verão de milho atingia a 91% em 17/05, contra 92% no mesmo período do ano anterior.
 

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