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Cotações do trigo em Chicago dispararam na última semana

No Mercosul, diante das fortes altas em Chicago, os preços igualmente sobem



As cotações do trigo em Chicago dispararam nesta semana, com o fechamento da quinta-feira (03/05) atingindo a US$ 5,40/bushel. Este é o mais alto valor desde o dia 17/07/2015 (no início de julho do ano passado igualmente o mercado se aproximou desta marca, porém, não se sustentou). A média de abril fechou em US$ 4,74/bushel, ficando no mesmo valor da média de março, enquanto em abril de 2017 a média foi de US$ 4,20.

O clima seco nas regiões produtoras dos EUA leva o mercado a calcular perdas nesta próxima colheita do cereal de inverno. Colheita esta que virá, portanto, menor do que a reduzida colheita da temporada anterior. Assim, as cotações sofrem uma pressão importante, alcançando níveis que não se via há quase três anos. 

Neste contexto, assim como no caso da soja e do milho, o relatório de oferta e demanda deste dia 10/05 é esperado com grande expectativa em função de ser o primeiro que indicará projeções de produção para o novo ano comercial 2018/19.

No Mercosul, diante das fortes altas em Chicago, os preços igualmente sobem. A tonelada FOB para exportação fechou a presente semana entre US$ 225,00 e US$ 240,00, devendo subir um pouco mais para a próxima semana.

Já no mercado brasileiro, diante de Chicago que sobe fortemente, de preços na Argentina mais elevados e de um câmbio que faz disparar a desvalorização do Real (R$ 3,55 por dólar em alguns momentos desta semana), os preços voltaram a subir, pois não há produto de qualidade superior suficiente para abastecer o mercado local, após a forte quebra da safra passada. Soma-se a isso a tendência de importante redução na área a ser semeada com trigo neste inverno e o quadro está montado para preços elevados no segundo semestre deste ano. Especialmente porque o clima na metade sul brasileira, neste momento, não está favorecendo ao plantio, faltando umidade e com calor muito alto para a época.

Nestas condições, especialmente no mercado gaúcho, o viés de alta deverá continuar nas próximas semanas, salvo forte alteração no câmbio. Neste sentido, vale lembrar que o Banco Central brasileiro começou a vender dólares no mercado visando, justamente, segurar a desvalorização e, se possível, trazer a moeda nacional para um patamar ao redor de R$ 3,30 a R$ 3.35 por dólar.

Esta forte desvalorização do Real torna ainda mais caro o trigo importado do Mercosul, especialmente da Argentina, onde o preço em dólares continua igualmente subindo, puxado por Chicago.

Por enquanto, no mercado brasileiro, muitos moinhos, ainda abastecidos, relutam em aumentar os preços pela matéria-prima, porém, se tal realidade continuar no mercado, não haverá como evitar aumentos de preços mais consistentes nas próximas semanas.

Estes primeiros dias de maio terminam com o preço médio da tonelada, no Rio Grande do Sul, ganhando 11,4%, enquanto no Paraná o ganho chega a 15% em relação há um mês (cf. Safras & Mercado). A tendência é de que o mês de maio continuará a assistir uma pressão altista nos preços internos do trigo, sendo que o mercado acompanhará de perto o plantio da nova safra e o clima na Região Sul do país. Este quadro será ainda mais evidente se o câmbio e Chicago não cederem!

Neste sentido, o plantio da nova safra apenas está iniciando pelo Paraná, não havendo ainda informações suficientes para definir uma tendência. Mas os próximos 20 dias serão decisivos neste sentido. A confirmação de redução de área colocará ainda mais pressão altista sobre o mercado nacional.

Dito isso, a semana fechou com a média no balcão gaúcho registrando R$ 36,46/saco, enquanto os lotes atingiram a R$ 46,80/saco. No Paraná os lotes bateram em R$ 51,00/saco, enquanto o balcão subiu para valores entre R$ 37,00 e R$ 40,00/saco. Já em Santa Catarina os lotes ficaram em R$ 48,90/saco, enquanto o balcão oscilou entre R$ 33,00 e R$ 35,00/saco.

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