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Cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana

Receio de redução na oferta mundial do cereal diminui


As cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana, com o primeiro mês cotado rompendo novamente o piso dos US$ 5,00/bushel e fechando em US$ 4,86 na quinta-feira (06), contra US$ 5,08 uma semana antes.

Mesmo com as vendas líquidas ao exterior, para o ano 2018/19, melhorando nos EUA, com o volume atingindo a 414.800 toneladas na semana encerrada em 23/08, a cotação do trigo cedeu na semana. Colaborou para isso o fato de que a Rússia, através de seu Ministério da Agricultura, anunciar não haver motivos para reduzir suas exportações de trigo. Com isso, o receio de redução na oferta mundial do cereal diminui, e o mercado trabalha mais aliviado. 

Além disso, para as semanas vindouras os sinais do mercado apontam para uma redução nas compras do trigo estadunidense. Ao mesmo tempo, além do clima estar mais favorável ao plantio da safra de inverno nos EUA, o Egito confirmou importações de trigo russo, indicando ainda que deverá importar maior volume daquela procedência, sem dar sinais de interesse pelo produto estadunidense.

Paralelamente, no Mercosul, a tonelada FOB de trigo para exportação girou entre US$ 215,00 e US$ 230,00 na compra, enquanto a safra nova permaneceu em US$ 220,00.

No Brasil, os preços no balcão gaúcho continuaram subindo, com a média estadual fechando a semana em R$ 42,24/saco. Já os lotes permaneceram com a referência de 51,00/saco. No Paraná, o balcão se manteve entre R$ 49,00 e R$ 50,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 57,00 e R$ 63,00/saco. Já em Santa Catarina, o balcão ficou entre R$ 42,00 e R$ 45,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, se mantiveram em R$ 54,00/saco. (cf. Safras & Mercado)

Neste início de setembro, quando a colheita no Paraná se inicia, o mercado trabalha com grande cautela em função da concreta possibilidade de quebra de safra devido a diferentes intempéries, especialmente no estado paranaense. No Rio Grande do Sul a situação é melhor, porém, as geadas de final de agosto podem ter provocado perdas sensíveis em muitas lavouras, fato que ainda resta contabilizar. No estado gaúcho, segundo a Emater, 75% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração e 3% em enchimento de grão.

No mercado paranaense há bastante desânimo em relação a qualidade das lavouras de trigo locais, fato que deixa a comercialização em ritmo muito lento, pois há muitas incertezas quanto à real produção que o país poderá ter neste ano. Neste contexto, o Deral/PR indicou que a colheita da nova safra do Paraná teria atingido a 2% da área nesta semana, embora boa parte da safra esteja atrasada. Ao mesmo tempo, o órgão anunciou uma piora nas lavouras locais, indicando que as lavouras em condições ruins chegam, agora, a 22% do total. Já as lavouras em condições regulares atingem a 36%, enquanto as em boas condições ficam apenas em 42%, com um recuo bastante forte em relação aos relatórios anteriores (cf. Safras & Mercado).

Esta realidade acaba sendo um fator altista para os preços do trigo nacional. Soma-se a isso o fato de que a Argentina, com a retomada do imposto sobre as exportações de trigo, perder competitividade em seu produto, ao mesmo tempo em que, a manutenção de um câmbio no Brasil em níveis próximos de R$ 4,20 deixa as importações muito caras, melhorando os preços internos brasileiros. Resta esperar que haja trigo de qualidade nesta atual safra. Neste sentido, o Rio Grande do Sul poderá tirar proveito da situação delicada que se encontram as lavouras do Paraná.
 

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