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Cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel

Problema é que, neste momento, há muita concorrência de trigo barato procedente da Rússia e da Ucrânia


As cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel, fechando o dia 21/11 em US$ 4,98, contra US$ 5,05/bushel uma semana antes.

O mercado estadunidense espera que as exportações de trigo locais aumentem, porém, o quadro não tem sido animador. Neste sentido, as vendas líquidas, referentes ao ano 2018/19, iniciado em 1º de junho, chegaram a 438.300 toneladas na semana encerrada em 8 de novembro. Tal volume ficou 18% abaixo da média das quatro semanas anteriores.

O problema é que, neste momento, há muita concorrência de trigo barato procedente da Rússia e da Ucrânia, limitando a demanda mundial pelo trigo dos EUA. Com isso, as cotações encontram dificuldades para se manterem acima dos atuais níveis. Todavia, nas próximas semanas a oferta russa tende a diminuir e o quadro pode se modificar um pouco em favor do produto estadunidense.

No Mercosul, a tonelada de trigo FOB para exportação ficou cotada em US$ 205,00 e US$ 215,00 na compra, enquanto a safra nova igualmente fechou a semana na média de US$ 215,00.

No Brasil, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 37,85/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 45,00/saco. Um ano atrás o preço médio do trigo, no balcão gaúcho, estava em R$ 29,98/saco. Ou seja, o valor atual está R$ 7,87/saco acima do praticado há um ano. No Paraná, o balcão se manteve entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 51,60 e R$ 52,20. Já em Santa Catarina, o balcão registrou R$ 38,00 a R$ 43,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficou em R$ 48,30/saco.

A colheita no Rio Grande do Sul já ultrapassou os 90% e se aproximou rapidamente do seu final nesta semana. Como se anunciava, a constatação é de um produto com quebras importantes, em relação ao esperado, especialmente no que diz respeito à qualidade. Poucas lavouras apresentaram PH acima de 78, havendo um volume considerável de triguilho, o qual se destinará à ração animal, podendo inibir os preços do milho.

Já no Paraná, a colheita batia em 98% da área nesta semana. Embora haja melhora na qualidade das lavouras colhidas no final do ciclo, no geral a situação é bem difícil. Consta que apenas um terço do que foi colhido naquele Estado está sendo considerado de boa qualidade. O restante igualmente tende a tomar o caminho da ração animal ou de exportações para países menos exigentes.

Tal quadro tende a confirmar a possibilidade de preços melhores para o trigo de qualidade superior no país nas próximas semanas e explica porque os preços do cereal não baixaram mais neste momento de colheita, ficando bem acima do registrado nos anos passados nesta época.

Dito isso, é preciso lembrar que a Argentina está colhendo seu trigo, tendo chegado a cerca de 20% de sua área, e deverá exportar um volume considerável do mesmo. O último relatório do USDA (08/11) aponta exportações argentinas em trigo, para 2018/19, ao redor de 14,2 milhões de toneladas. Esse volume poderá facilmente abastecer o Brasil, embora também haja problemas de qualidade na atual safra do vizinho país. As compras externas ficaram mais interessantes nas últimas semanas devido a um câmbio que voltou à casa dos R$ 3,75 por dólar.
 

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