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Cotações do trigo em oscilações

No Mercosul, a tonelada FOB de trigo para exportação girou entre US$ 210,00 e US$ 215,00


As cotações do trigo em Chicago oscilaram bastante nesta semana, porém, fecharam a mesma com leve viés de alta. O bushel do cereal ficou em US$ 5,18 no dia 04/10 (quinta-feira), contra US$ 5,13 uma semana antes. A média de setembro fechou em US$ 5,03, contra US$ 5,38 em agosto. Já em setembro de 2017 a média havia sido de US$ 4,36/bushel. Isso significa dizer que no espaço destes últimos 12 meses o bushel de trigo se valorizou, ponta-a-ponta, 15,4%.

Apesar de o mercado sofrer a pressão baixista do relatório trimestral de estoques, posição 1º de setembro, o recuo das cotações não durou muito tempo. De fato, o relatório apontou estoques estadunidenses em 64,8 milhões de toneladas, ficando 5% acima do registrado em igual momento do ano anterior. O mercado esperava um volume ao redor de 64,2 milhões. Já a produção de trigo nos EUA, em 2018, deverá atingir a 51,2 milhões de toneladas, ficando 8% acima do total de 2017, que foi de 47,4 milhões de toneladas. O mercado esperava uma safra ao redor de 50,9 milhões de toneladas.

Dito isso, a quebra em diversos outros países produtores faz o mercado esperar uma tensão maior sofre os preços internacionais do cereal em 2019, fato que pode aumentar a demanda pelo trigo estadunidense. Neste sentido, o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 11/10, será importante.

No Mercosul, a tonelada FOB de trigo para exportação girou entre US$ 210,00 e US$ 215,00, enquanto a safra nova ficou cotada em US$ 215,00, em ambos os casos na compra.

No Brasil, o mercado assume um viés de alta diante da consolidação de quebra na safra brasileira. Porém, nesta última semana, a forte revalorização do Real deixa as importações mais competitivas.

Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 42,20/saco, enquanto os lotes registraram valores ao redor de R$ 51,00/saco. No Paraná, o balcão permaneceu entre R$ 46,00 e R$ 47,00/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 54,00 e R$ 57,00/saco. Já em Santa Catarina o balcão se manteve entre R$ 42,00 e R$ 44,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 52,50/saco. Nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul ainda não há pressão direta da nova colheita, pois a mesma ocorre a partir da segunda quinzena de outubro e, particularmente, em novembro.

No Rio Grande do Sul, no final de setembro se registrava alguma melhora nas lavouras, com 34% em fase de floração e 52% em enchimento de grãos, segundo a Emater local. Até aquele momento se esperava uma produtividade média de 50 sacos por hectare. Todavia, nos dias que se seguiram o Estado foi novamente atingido por fortes chuvas, acompanhadas de temporais e granizo que causaram estragos em muitas regiões produtoras. Resta agora contabilizar estes novos prejuízos.

Já no Paraná, a colheita chegaria a pouco mais de 50% da área neste final de semana, porém, estimam-se perdas de 35% de forma geral no Estado.

O retorno do câmbio à casa dos R$ 3,80 a R$ 3,90 por dólar deu mais competitividade ao trigo importado, porém, ainda este produto está mais caro do que o trigo nacional. Resta saber em que parâmetros os preços do trigo brasileiro se estabelecerão a partir do término da colheita e a confirmação de perdas expressivas na produção, assim como na qualidade do produto.
 

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