Cotações estáveis e queda nos estoques de milho
As cotações do milho se mantiveram estáveis em Chicago

As cotações do milho, em Chicago, se mantiveram estáveis durante grande parte da corrente semana, somente subindo na quinta-feira (05). Neste dia, o fechamento ficou em US$ 4,97/bushel, contra US$ 4,88 uma semana antes. A média de setembro fechou em US$ 4,73/bushel, ou seja, 0,4% abaixo da média de agosto. Um ano antes, a média do bushel de milho estava em US$ 6,81. Ou seja, o recuo é de mais de dois dólares por bushel, em 12 meses, nas cotações do milho.
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O relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, indicou que os mesmos ficaram em 34,6 milhões de toneladas, contra a expectativa de 36,3 milhões por parte do mercado e 35 milhões registrados um ano antes. Significa um recuo de aproximadamente 1% sobre o ano anterior. Quanto a consolidação da safra 2022/23, o USDA fechou a mesma em 348,4 milhões de toneladas.
Já a colheita da nova safra do cereal, nos EUA, atingiu a 23% da área no dia 1º de outubro, contra 21% na média histórica. Do total a colher, 53% das lavouras estão classificadas como boas a excelentes, repetindo o percentual da semana anterior. Por sua vez, os embarques de milho, pelos EUA, na semana encerrada em 28/09, atingiram a 625.870 toneladas, elevando o total, no atual ano comercial, a 2,64 milhões de toneladas, ou seja, 11% acima do registrado no ano anterior no mesmo período.
E no Brasil, os preços continuaram estáveis, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 53,16/saco, enquanto as principais praças locais praticaram R$ 52,00. Já nas demais praças nacionais os preços do cereal oscilaram entre R$ 35,00 e R$ 54,00/saco.
Dito isso, a nova produção de milho, ano 2023/24, é esperada ao redor de 135,7 milhões de toneladas. Com isso, a colheita de verão ficaria em 26,9 milhões de toneladas, com a segunda safra recuando para 94,8 milhões de toneladas, após mais de 100 milhões na atual colheita.
No Mato Grosso, segundo o Imea, a safra 2023/24 será 13,6% menor do que a registrada no corrente ano. A produção seria de 45,4 milhões de toneladas. A área semeada deverá recuar 2,8%, ficando em 7,28 milhões de hectares.
Os preços mais baixos, com custos ainda elevados, diminuindo a rentabilidade final, e o fenômeno climático El Niño se fazendo presente, deverão provocar tal redução na área total semeada com milho, no Brasil, neste próximo ano comercial. Espera-se ainda uma exportação de 55 milhões de toneladas no atual ano comercial, o que evitaria que os preços internos do milho recuem mais. Com isso, os estoques finais de 2022/23 recuam para 14,5 milhões de toneladas e os de 2023/24 para 13,6 milhões. Mesmo assim, superiores aos registrados nos últimos anos. Hoje, somando as três safras, espera-se uma produção final, para 2022/23, em 139,2 milhões de toneladas de milho no país.
Quanto às exportações do cereal, setembro fechou com o Brasil registrando um volume aquém do esperado, porém, bastante importante. O mesmo atingiu a 8,76 milhões de toneladas, o que representou 36,4% acima do registrado em setembro do ano passado. A Anec projetava um volume de 9,59 milhões a serem exportados no mês passado. O preço da tonelada ficou em US$ 228,50, ou seja, 18,9% abaixo do obtido no ano anterior.
Enfim, segundo o Deral, o plantio da atual safra de verão chegou a 82% no Paraná, enquanto no Rio Grande do Sul o mesmo atingia a 55% da área esperada, no final de setembro, segundo a Emater.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA