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Cuidados com a maria-mole

Os resultados só vão ser percebidos por criadores entre a primavera e o verão, quando dificilmente é possível salvar o gado que ingeriu a planta


Ainda que com nome de doce, a maria-mole que nasce nos campos nada tem a ver com a sobremesa saborosa adorada pela criançada. Tóxica, a planta da família das Asteraceae leva pelo menos 32 mil cabeças de bovinos à morte por ano, em todo Estado. Em muitos casos, cresce em meio à pastagem. Os resultados da ingestão da planta só vão ser percebidos por criadores entre a primavera e o verão, quando dificilmente é possível salvar o gado que ingeriu a planta.

O pesquisador do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (PVDF/Fepagro), Fernando Karam, explica que o princípio tóxico da planta desencadeia no fígado uma lesão evolutiva e irreversível. À medida em que as funções hepáticas vão sendo comprometidas os animais manifestam os sintomas correspondentes, que vão desde emagrecimento até sinais nervosos como falta de coordenação e agressividade, geralmente na fase final.

– A degradação ambiental, superlotação animal e manejo inadequado dos pastos são fatores que favorecem o surgimento de plantas consideradas indesejáveis – diz Karam.

A produtora Dariana Bonetti, há cerca de cinco anos, perdeu pelo menos 40 novilhas em decorrência do problema, em sua fazenda, em Maçambará. O prejuízo foi superior aos R$ 50 mil, mas serviu de lição para a adoção de uma série de medidas de manejo com os animais, entre os quais o roçamento das áreas.

Ficha Técnica
> Nome científico: Senecio brasiliensis, da família Asteraceae, também chamada de “flor das almas” por estar com a floração exuberante próximo ao dia de finados

Os Sintomas
> Inicialmente apresentam emagrecimento progressivo e diarréia intermitente
> Pêlos secos, opacos, quebradiços, apatia (fase em que geralmente se isola) e sinais nervosos como incoordenação e agressividade, geralmente na fase final
> Uma vez que o animal tenha ingerido a planta, não há o que fazer porque o proprietário só vai observar alguma mudança quando começarem a aparecer os sintomas clínicos
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