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Cultivo de macaúba em Minas atrai investidores

Atividade tem reforço de lei estadual para incentivar toda a cadeia


Atividade tem reforço de lei estadual para incentivar toda a cadeia

O cultivo da macaúba, agora incentivado por lei estadual, pode ganhar impulso em Minas Gerais diante da demanda crescente dos óleos vegetais no mercado internacional. Há um grande futuro para o produto na composição de biocombustível e ainda para atender à fabricação de outros itens de alto valor agregado, inclusive na área de cosméticos. O secretário da Agricultura, Elmiro Alves do Nascimento, destaca que os investidores interessados na produção de macaúba em Minas, com o objetivo de participar desse mercado promissor, terão mais facilidade em suas atividades com o suporte da Lei 19.485/2011, que está em vigor desde 14 de janeiro. “A lei incentiva o cultivo, extração, comercialização e transformação desta e das demais palmeiras oleaginosas”, ele explica.

Durante reunião na Secretaria da Agricultura com representantes de setores ligados a programas de desenvolvimento da macaúba em Minas, Nascimento enfatizou que deve aumentar o interesse dos investidores no cultivo da planta no Estado. Participaram do encontro: industriais, representantes de instituições de ensino e pesquisa, de outros órgãos do Estado e prefeituras municipais.

“Além da política pública de apoio à atividade, há indicadores das excepcionais condições de Minas Gerais para a produção da macaúba num cenário em que o Brasil poderá ser o maior fornecedor mundial do óleo extraído do coco”, observou o secretário.

No Estado há macaúba nativa em praticamente todas as regiões. Climas e solos diferentes não serão obstáculo para o desenvolvimento dos cultivos dessa planta perene e de grande resistência. Além do óleo que poderá entrar na composição de diversos produtos com grande agregação de valor, o coco de macaúba fornece material para a alimentação animal. Da fruta também pode ser extraído carvão, além de outros produtos que não prejudicam o meio ambiente.

Investidores

A empresa Entaban Ecoenergéticas do Brasil, que tem unidades na Zona da Mata e no Sul de Minas, está desenvolvendo um projeto com base nas condições favoráveis para a criação de uma cadeia da macaúba no Estado. Orlando Arruda, diretor da indústria, diz que “o estímulo à produção mineira de macaúba por meio da lei estadual atende à economia e ao desenvolvimento social, porque a atividade tem alto potencial de geração de renda e emprego com sustentabilidade.”

O projeto da Entaban deve possibilitar a mudança do extrativismo para o cultivo do coco de macaúba em Minas no prazo de cinco anos. Atualmente, a indústria inicia os plantios e orienta os produtores para se organizarem a fim de fornecer coco em grande escala para esmagamento na indústria. O produto seguirá depois para as refinarias de biodiesel do grupo na Espanha. São quatro unidades, que fazem o processamento anual de 475 mil toneladas de óleo. Uma quinta indústria do grupo na Espanha deverá acrescentar cerca de 200 mil toneladas à produção atual.

Leonardo Pimentel, gerente da Entaban, ressalta que a opção pela macaúba em Minas Gerais é indicada com base no potencial de produção da planta em condições diversificadas de solo e temperatura. Segundo o executivo, um hectare de macaúba pode produzir cerca de 4 toneladas de óleo.

Na unidade da Entaban em Lima Duarte, município da Zona da Mata, uma área de mil hectares está ocupada com 1,5 milhão de mudas de macaúba. A empresa desenvolve o projeto de cultivo também nos municípios de Rio Preto e Teixeiras (Zona da Mata), e Bom Jardim de Minas e Andrelândia (região Sul).

Um grande número de produtores rurais mineiros dessas regiões aderiu à produção com o objetivo principal de atender à indústria de óleo, informa o empresário. A proposta da Entaban é comprar a matéria-prima desde que os fornecedores possam garantir volumes para esmagamento que compensem a exportação. Os preços deverão ser compensadores, pois a referência será a cotação do produto pela Bolsa da Malásia, que apontou na segunda semana de janeiro uma variação de US$ 600 a US$ 800 a tonelada.

Sistema de integração

Outra indústria que tem projeto para o desenvolvimento da macaúba em Minas Gerais é a Paradigma Óleos Vegetais. Instalada há seis anos no município de Jabuticatuba, na Região Central do Estado, a empresa atua em todos os segmentos da cadeia. Seus trabalhos são realizados com base no mapeamento de maciços nativos de macaúba no município sede e em mais quatro municípios da região: Santa Luzia, Taquaraçu, Nova União e Santana do Riacho.

A Paradigma vem desenvolvendo equipamentos e processos de aproveitamento dos derivados do coco, como ração animal, carvão vegetal, carvão ativado e outros, além da produção de óleo. Segundo o diretor Marcelo Moreira Araújo, a empresa atende por enquanto apenas ao mercado interno e desde o início de suas atividades adquire o fruto da macaúba extraído por produtores integrados.

Há um grupo de 550 integrados em Jabuticatubas e outro em formação no município de Carmo do Paranaíba (região do Alto Paranaíba). Com a ampliação do número de fornecedores, a Paradigma deverá dobrar a aquisição anual do volume de cocos para 6 mil toneladas. A indústria ainda tem, entre outras, a perspectiva de desenvolver produtos de maior valor agregado a partir da macaúba, como óleos para cosméticos, beta-caroteno, óleos alimentícios, farinhas dietéticas, e farelo de alto teor de proteína da amêndoa de macaúba.

As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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