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Cultivo do mogno africano tem grande rentabilidade

Plantio gera benefício financeiro e é ecologicamente correto


Plantio gera benefício financeiro e é ecologicamente correto
Goiânia - Cultura ainda recente no Cerrado, o cultivo do mogno africano da espécie Khaya ivorensis pode render grandes ganhos ao produtor rural, investidor e empresários ligados ao campo. A rentabilidade do negócio de longo prazo, cerca de 15 anos, atinge mais de 30 vezes o valor investido. Além do benefício financeiro, o plantio é ecologicamente correto, pois a árvore captura quantidade significativa de carbono na natureza, ajuda a controlar o clima, não agride o meio ambiente e ainda proporciona conforto térmico ao gado em sistemas silvipastoris - combinação intencional de árvores, pastagem e gado.

“É uma espécie rústica que se adapta bem ao Cerrado, desde que o solo tenha sido corrigido. Não é espécie invasora, não possui pragas e doenças que causem dano econômico relevante ou de difícil controle, tem alta rentabilidade por hectare, superior à maioria das atividades agropecuárias sustentáveis”, explica o engenheiro agrônomo Canrobert Tormin Borges, sócio-proprietário da empresa Mudas Nobres, sediada em Goiânia (GO), que vende mudas do mogno africano.

A empresa trabalha com a produção de mudas para reflorestamento e assistência técnica na área do agronegócio há sete anos. Nesse período, obteve crescimento vertiginoso. Saiu do faturamento no primeiro ano de R$ 150 mil para aproximadamente R$ 3 milhões em 2011. A produção de mudas saltou de 30 mil por ano para um milhão.

A empresa passou de micro para pequena. Hoje, são 18 empregados, mas oscila entre 16 e 25, dependendo da época do ano. Há clientes em todo o país: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí, Espírito Santo, Bahia, Alagoas e Ceará.

Para os próximos anos, Canrobert, que é consultor do Sebrae em Goiás na área de Agronegócios, acredita que o faturamento deve se estabilizar na casa dos R$ 3 milhões. “Imaginamos que será impossível manter o crescimento que tivemos nesses sete anos apenas com o mogno africano. Por isso, para continuarmos expandindo, vamos entrar com novas espécies de plantas e agregar mais valor aos serviços”.

O mogno africano é uma espécie produtora de madeira de alto valor, utilizada na movelaria fina, de acabamento, tal qual o mogno brasileiro. A diferença é que a espécie nacional apresenta sérias restrições ao plantio, corte e exportação, além de ser atacada por pragas de difícil controle. Depois de plantadas, as mudas da espécie Khaya ivorensis em boas condições de solo, clima e manejo precisam de dez anos para o primeiro corte, chamado de corte seletivo ou de raleamento. O corte final, chamado de raso, ocorre aos 15 anos.

Feira do Empreendedor

Na Feira do Empreendedor 2012, que terminou no início deste mês em Goiânia, a Mudas Nobres, que tinha estande no local, vendeu para um empresário de Inhumas dez mil mudas para o plantio em 25 hectares. O negócio foi fechado por R$ 44 mil, com entrega das plantas prevista para dezembro.

Segundo cálculos de Canrobert, o investimento desse comprador ao longo de 15 anos nos 25 hectares será de R$ 450 mil. Já o faturamento total previsto, após os cortes seletivo e raso, será de R$ 15,5 milhões. A madeira é muito consumida no mercado europeu. “Trabalho com pessoas que pensam em lucrar a longo prazo. É uma espécie de renda extra, para aposentadoria”.
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