Algodão em queda: valor da pluma recua pelo sexto mês seguido
Para uma recuperação mais consistente, será necessária retomada do consumo interno
Foto: USDA
O preço do algodão em pluma caiu pelo sexto mês consecutivo e atingiu, em novembro, o menor patamar desde setembro de 2009, em termos reais. Segundo o Cepea, o cenário reflete a combinação de maior oferta nacional, fraca demanda interna e queda nas cotações internacionais.
O setor algodoeiro brasileiro vive um momento de alerta. Conforme dados do Indicador CEPEA/ESALQ (pagamento em oito dias), o valor médio da pluma em novembro foi de R$ 3,4505 por libra-peso, uma retração de 1,91% frente a outubro e de 12,5% em relação a novembro de 2024. Este é o menor nível registrado, em termos reais, desde setembro de 2009, quando a cotação foi de R$ 3,4089/lp, corrigida pelo IGP-DI de outubro de 2025.
“Apesar do excelente desempenho das exportações, a pressão baixista sobre os preços segue intensa, influenciada pela elevada disponibilidade interna e pela demanda retraída”, explicam os pesquisadores do Cepea.
O Brasil colheu uma das maiores safras da história em 2025, o que elevou consideravelmente os estoques de passagem. Segundo analistas, mesmo com embarques externos aquecidos, o volume armazenado permanece acima do habitual para esta época do ano.
A conjuntura internacional também pesa: os preços do algodão nos principais mercados globais recuaram nos últimos meses, pressionando as negociações no Brasil. Essa queda global está associada a uma redução na demanda têxtil em alguns países importadores, além de estoques ainda robustos em centros consumidores.
Com um mercado interno pouco dinâmico e estoques elevados, a tendência é de manutenção da pressão sobre os preços no curto prazo. Para uma recuperação mais consistente, será necessária uma retomada do consumo interno ou uma elevação mais expressiva nas exportações.