Recuperação do açúcar ocorre apesar de maior oferta
Na bolsa de Nova York, os preços do açúcar avançaram 5,4%
Na bolsa de Nova York, os preços do açúcar avançaram 5,4% - Foto: Pixabay
Novembro marcou uma recuperação dos preços do açúcar no mercado internacional, após um período de forte pessimismo entre os agentes. De acordo com o Itau BBA, a alta não esteve associada a fundamentos de oferta e demanda, mas sim à redução do mau humor que predominou durante a Sugar Week realizada no Brasil. Mesmo com notícias positivas sobre a produção global, que normalmente pressionariam as cotações para baixo, o mercado reagiu com ajustes técnicos e melhora no sentimento dos investidores.
Na bolsa de Nova York, os preços do açúcar avançaram 5,4% em novembro, encerrando o mês a 15,21 centavos de dólar por libra-peso. Nos primeiros dias de dezembro, porém, as cotações recuaram para abaixo de 15 centavos, influenciadas por informações favoráveis sobre a produção indiana no início da safra, antes de retornarem ao patamar observado no começo do mês.
No Centro-Sul do Brasil, a safra 2025/26 tem mostrado maior resiliência do que o esperado. Até 15 de novembro, foram processadas 576 milhões de toneladas de cana, queda de 1,3% em relação ao mesmo período da safra anterior. A produção de açúcar, no entanto, alcançou 39,2 milhões de toneladas, alta de 2,1% na comparação anual. A melhora nos indicadores de produtividade agrícola e na concentração de açúcar a partir da metade da colheita levou à revisão das estimativas, com projeção de 605 milhões de toneladas de cana e 40,4 milhões de toneladas de açúcar.
No cenário internacional, a colheita de beterraba na Rússia está praticamente encerrada, com aumento anual próximo de 6%. A Índia iniciou a safra com produção 43% superior nos dois primeiros meses, enquanto Tailândia e México apresentam atraso no ritmo de moagem, embora mantenham expectativas de recuperação ao longo do ciclo. Com a revisão das estimativas, o superávit global de açúcar para a safra 2025/26 foi elevado para 2,7 milhões de toneladas, reforçando a dependência do mercado em relação ao desempenho do etanol no Brasil.