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Indústria de máquinas cresce 11% em setembro

Indústria de máquinas e equipamentos registra sinais de recuperação


Foto: Pixabay

O desempenho da indústria brasileira de máquinas e equipamentos apresentou sinais de recuperação em setembro de 2025, após a retração de 5,1% registrada em agosto. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o mês foi marcado por melhora nas receitas líquidas de diversos segmentos, tanto no mercado interno quanto nas exportações.

A receita líquida de vendas do setor atingiu R$ 27,2 bilhões, alta de 11,2% em relação a setembro de 2024. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o crescimento foi de 10,8%, mantendo estabilidade em relação ao resultado até agosto (10,7%). No mercado doméstico, as vendas somaram R$ 20 bilhões, avanço de 18,2% sobre setembro de 2024 e de 1,4% frente a agosto de 2025.

De acordo com a Abimaq, o desempenho superou as expectativas, embora o cenário econômico continue afetado pela política monetária contracionista, com a taxa básica de juros em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006.

O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos também cresceu, totalizando R$ 35,6 bilhões — alta de 9,6% em relação a setembro de 2024 e de 3,7% sobre agosto de 2025 (ou 10,6% com ajuste sazonal). O avanço compensou parte das perdas do mês anterior (-14,9%) e refletiu maior dinamismo nas compras internas de bens produzidos no país.

As exportações alcançaram US$ 1,325 bilhão, aumento de 5,1% em relação a agosto e de 1,8% frente a setembro de 2024. No acumulado do ano, o setor manteve o mesmo patamar de 2024, mesmo com a queda de 2,2% nos preços internacionais e a redução de 8,2% nas compras dos Estados Unidos. Segundo a Abimaq, o crescimento no volume físico exportado (2,8%) e o aumento nas vendas para a América do Sul (18,5%) compensaram as perdas no mercado norte-americano.

No caso dos Estados Unidos, as aquisições de máquinas e equipamentos brasileiros recuaram 10% em relação a agosto de 2025 e 13,1% na comparação com setembro de 2024. O comportamento entre os segmentos foi desigual. Houve quedas expressivas nas exportações de componentes (-28,9%), máquinas agrícolas (-20,6%), máquinas para a indústria de transformação (-18,5%) e máquinas para infraestrutura (-14,8%).

O único grupo setorial com desempenho positivo foi o de máquinas para construção civil, que registrou alta de 5,4% nas exportações.

As importações totalizaram US$ 2,783 bilhões em setembro, crescimento de 8,1% em relação a agosto e de 8,4% na comparação com setembro de 2024. No acumulado do ano, somaram US$ 23,97 bilhões, o que representa aumento de 9% e o maior valor desde o início da série histórica, em 1999.

Segundo a Abimaq, a redução de 3% nos preços médios das máquinas importadas contribuiu para o aumento do volume físico adquirido (+11,9%), apesar das dificuldades de competitividade enfrentadas pelo setor nacional.

Com esses resultados, o saldo da balança comercial de máquinas e equipamentos apresentou déficit de US$ 14,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, crescimento de 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A entidade destacou que, após a expansão de 15,1% no primeiro semestre, o ritmo de crescimento perdeu força no terceiro trimestre, refletindo os efeitos da política monetária restritiva. “A resiliência de segmentos menos sensíveis às taxas de juros, como a indústria extrativa, a infraestrutura e os setores exportadores, mitigou parcialmente os impactos da restrição monetária sobre os investimentos produtivos”, informou a Abimaq em nota.

No mercado externo, a associação observou que as tarifas adicionais de 40% impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros tiveram impacto menor do que o previsto, o que levou à revisão positiva das projeções de exportações e de receita total para o setor. A expectativa para o mercado doméstico, no entanto, foi mantida.

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