Produção nacional de soja pode ter grandes perdas
Na América do Sul, Brasil, Argentina e Paraguai são os principais produtores de soja
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A estimativa inicial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a produção mundial de soja na safra 2023/24 é de 399 milhões de toneladas, refletindo um crescimento notável de 6% em comparação com a safra anterior. De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), este aumento é em grande parte impulsionado pela recuperação da safra argentina, projetada para atingir cerca de 50 milhões de toneladas, mais que dobrando a colheita do ano anterior.
Na América do Sul, Brasil, Argentina e Paraguai são os principais produtores de soja, contribuindo com aproximadamente 55% da produção global, sendo o Brasil o maior, com quase 40% da produção total.
A abundância no mercado global está impactando a demanda na China, maior importadora da oleaginosa, exercendo pressão sobre os preços. O preço médio de exportação da tonelada de soja registrou uma queda de mais de 50 dólares nos primeiros 10 dias de janeiro em comparação com dezembro.
No entanto, o cenário pode mudar no próximo relatório do USDA, pois o Brasil relata perdas significativas. O Mato Grosso, maior produtor nacional, deve revisar para baixo a expectativa de produção, passando de 40,2 milhões para menos de 39 milhões de toneladas, enquanto o Paraná, segundo maior produtor, também deve reduzir sua projeção atual de 21,7 milhões para menos de 20 milhões de toneladas. Estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, Sudeste e Nordeste também devem revisar negativamente as projeções.
Apesar das revisões para baixo na produção nacional, espera-se que não tenham um impacto crítico na disponibilidade global de soja, mantendo os preços pressionados. O USDA estima um "excedente" superior a 20 milhões de toneladas no mercado global, indicando que revisões para baixo na produção mundial para até 380 milhões possivelmente não afetarão significativamente o abastecimento e os preços da oleaginosa.
No contexto paranaense, a colheita avança, mas as condições das lavouras apresentam piora em todo o estado. A situação climática do Rio Grande do Sul se destaca como mais favorável para uma safra robusta.