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Custo de produção da soja já está 10% mais alto

A alta dos fertilizantes vai retrair a rentabilidade do produtor de soja


A alta dos fertilizantes vai retrair a rentabilidade do produtor de soja em torno de 26%, dependendo da região produtora. Estudo da consultoria Agra-FNP mostra que os custos de produção para a safra 2007/08 já estão 10% maiores para os agricultores do Paraná (Cascavel) e 12% superiores para os de Mato Grosso (Rondonópolis). O fato obrigará o produtor a travar os seus custos de produção com os preços da soja, mesmo com a perspectiva de contínua alta nos preços internacionais, segundo o analista da Agra-FNP, Fábio Turquino Barros. "Não vai dar para correr o risco, pois os custos já estão mais altos", avisa.

Assim, a previsão é de que a margem sobre a venda da soja seja de 26% para os produtores paranaenses, ante os 31% registrados na 2006/07. Em Rondonópolis, a rentabilidade está prevista em 16%, ante os 22% da safra passada. A alta dos preços dos fertilizantes foi a que mais impactou na rentabilidade. Desde agosto de 2006, segundo a consultoria, o valor desse insumo aumentou, em dólar, 32,8% no Paraná e 43% em Mato Grosso.

Nos cálculos da Agra-FNP, a retração na rentabilidade em dólar ficou próxima da em real, o que demonstra, segundo Barros, que a pressão maior virá da alta dos custos de produção. "Em dólar, a redução da rentabilidade para o Paraná ficou em 12% e, para Mato Grosso, em 24%", compara Barros.

Mas, apesar da alta dos insumos, a relação de troca com a soja melhorou ao produtor no mês de maio, graças às altas dos preços internacionais da commodity. A melhor relação para fertilizante está no Rio Grande do Sul, onde são necessários 24,23 sacas de soja para a aquisição de uma tonelada de adubo. Essa relação é 41% melhor ao agricultor que a levantada em janeiro deste ano pelo produtor. No Paraná, é de 24,23 sacas para uma tonelada e, em Mato Grosso (Rondonópolis), 25,48. "Os produtores mato-grossenses têm pior relação porque a logística interfere de um lado nos preços dos fertilizantes (para cima) e por outro, no valor da saca (para baixo)", acrescenta Barros.

O analista da AgRural, Seneri Paludo, acredita que a alta dos custos de produção em Mato Grosso para a próxima safra será superior a 12%. "Ainda não concluímos nosso levantamento, mas tudo indica que será maior", diz Paludo. Já o Paraná, tem a melhor relação de troca para herbicida, inseticida, semente e óleo diesel entre as três regiões pesquisados pela Agra-FNP.

A partir desse cenário de preços internacionais altos para a soja, Barros explica que o maior risco a ser administrado pelo produtor será o do alto custo do plantio. "Na safra 2007/08 o produtor terá que travar seus custos com o preço da soja para se garantir. Será muito arriscado ele não travar contando com a possibilidade de disparada dos preços, ocasionada por uma seca nas lavouras de soja americanas", avisa Fábio.

O analista da risco da FCStone, Gonzalo Terracini, também considera importante o travamento do câmbio. "Em um mesmo dia, o dólar oscila muito. As altas têm que ser aproveitadas com o travamento", explica.

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